segunda-feira, 2 de abril de 2012

Crianças autistas: um guia para mães

O autismo é um transtorno que tem como características principais problemas de relacionamento, dificuldade para se comunicar e responder aos estímulos do ambiente. Em crianças, o transtorno se manifesta antes dos três anos de idade, sendo mais comum em meninos. A psicóloga Ana Vera Niquerito explica como identificar as principais características do autismo e os cuidados necessários para que a criança tenha uma vida tranquila: Como saber se a criança é autista? Segundo a especialista, os sinais variam: enquanto algumas crianças autistas possuem inteligência e fala intactas, outras apresentam retardo mental, ou seja, não falam ou mostram atrasos no desenvolvimento da linguagem. Porém, as características mais comuns são: *Não olha nos olhos das outras pessoas; *Parece não escutar; *Pode começar a falar e se comunicar, mas, de repente, regride e não fala mais; *Não é afetuoso e não se comunica com outras pessoas, mesmo que falem com ele; *Não explora o ambiente e as novidades; *Fica restrito e presta atenção em poucas coisas; *Apresenta comportamentos estereotipados – repete sempre os mesmos movimentos, certos gestos como balançar as mãos ou balançar-se; *Dificuldade de interação social. Comportamentos agressivos são comuns especialmente quando estão em ambientes estranhos ou quando se sentem frustrados. Escolas especiais Uma dúvida comum que surge para os pais é em que em tipo de escola o filho autista deve estudar. De acordo com a psicóloga, esse tema divide opiniões: enquanto uns preferem os filhos em escolas especiais, outros acreditam que o convívio com outras crianças de escolas regulares pode fazer o filho interagir mais. “A educação de crianças autistas em escolas regulares divide opiniões. Existem profissionais que acreditam que a educação pública é um direito de todas as crianças, porém é preciso que se ofereçam condições para isso. Outros acreditam que a escola privada especializada em autismo proporciona melhores condições na educação, como acompanhamento familiar especializado, número reduzido de alunos, currículo personalizado e equipe multidisciplinar, o que não são normalmente oferecidos pelas escolas regulares”, explica Ana Vera. O melhor a fazer nesta situação é ver como a criança reage ao local: “A adaptação às escolas comuns vai depender de cada criança. Se o indivíduo tiver rendimento regular numa escola não-especializada, nada impede que continue seu aprendizado nessa instituição. No entanto, é importante que ele tenha um acompanhamento diferenciado, respeitando suas necessidades”, completa. Existe tratamento? O autismo não tem um tratamento específico nem uso de remédios, apenas em casos de comportamento agressivo. “O tratamento do autismo consiste em intervenção multidisciplinar e psicoeducacional para orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação e em melhorar o desenvolvimento da qualidade de vida das crianças autistas, tornando-as mais independentes”, conta a psicóloga. Comportamento dos pais Para proporcionar melhores condições de vida ao filho autista, os pais devem procurar ajuda profissional e estimular os filhos a conviver em sociedade. “É importante que os pais estejam atentos desde o nascimento do filho, buscando identificar os sinais autísticos e procurando orientação especializada o mais cedo possível. Os pais são os primeiros professores, é importante que estimulem seus filhos autistas nas atividades do cotidiano, buscando sempre inseri-los no ambiente social”, pontua Ana Vera. Cuidados necessários Para a criança não sofrer, é importante tomar cuidados essenciais: “Devido à dificuldade do autista em relacionar-se com o meio externo, é preciso que os seus responsáveis atentem para as questões de higiene, alimentação, cuidados com o corpo, saúde e segurança”, explica a especialista. Fonte: http://papofeminino.uol.com.br

Nenhum comentário: