O canto do acasalamento das baleias
As baleias-jubarte vivem em águas profundas ao redor do mundo. Por estarem tão no fundo do mar, onde não há luz na maior parte do ano, elas se comunicam principalmente pelo som. Yvonnick Le Pendu, professor de comportamento animal da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), conta que a parte mais curiosa dessa vocalização é o canto. “Os machos, no período reprodutivo, fazem uma espécie de canto que, apesar de ser igual para todos os indivíduos, muda a cada ano”, conta ele.
A cantoria realizada pelos machos da espécie serve para chamar a atenção das fêmeas no período de acasalamento, mas não se sabe ao certo por que eles mudam a melodia todos os anos. “Possivelmente, a inovação seja também um fator atrativo para a fêmea”, relata Le Pendu.
Vamos ver quem desiste primeiro?
O gato é um animal solitário e temperamental. Há dias em que ele se apresenta mais sociável para brincadeiras e carinhos com o dono ou com outros gatos e dias em que ele está com mais vontade de ficar sozinho e isolado. Um aspecto curioso da comunicação felina pode ser observado quando dois gatos se encontram pela primeira vez.
Segundo a especialista em comportamento de cães e gatos Ceres Faraco, dois gatos podem passar mais de 15 minutos se encarando sem emitir um som, completamente parados. Isso seria um modo de tentar entender se o outro é uma ameaça, quase como quem diz “sai daí!” e ouve um “sai você primeiro!”.
Alfabeto da cabeça aos pés (e à cauda!)
Cães são bem mais sociáveis do que gatos e, portanto, apresentam mais aparatos de comunicação. “Eles têm quase um ‘alfabeto’, a gente pode dizer, que vai do movimento das orelhas até o rabo. Todos os movimentos do corpo do cão podem ser sinais aos companheiros”, descreve a especialista em comportamento de cães e gatos Ceres Faraco.
Um exemplo é a posição das orelhas como sinal de alerta, comportamento bem conhecido dos criadores. Outra questão - essa bem mais curiosa - é que os cães são - ao lado dos cavalos - um dos poucos animais que leem a linguagem facial humana. Isso permite que, se o dono está triste, o cachorro entenda esse sentimento e imite a expressão do amigo humano.
O bocejo também é algo curioso na simbologia canina. O que nos seres humanos é frequentemente interpretado como sinal de tédio ou fadiga, para os cães é sinal de desconforto. O cão boceja também em situações de estresse. “O dono tem que olhar para o animal considerando o contexto”, explica.
Quem está chorando?
O que você faria se alguém arrancasse você da sua casa, repentinamente? Choraria, claro! É o que ocorre com um certo peixe quando é retirado do seu habitat com uma vara e um anzol.
O Mandi-Chorão, peixe comum em várias regiões do Brasil, emite um som que se parece com um choro. É claro que esse choro, diferente do humano, não é de lamentação. Ainda não há um estudo que comprove exatamente a função dessa comunicação feita pelo Mandi-Chorão, mas, segundo o biólogo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Alexandre Godinho, essa pode ser uma forma de avisar aos outros do cardume sobre o perigo.
Para avisar que o perigo se aproxima
Primatas, em geral, utilizam vocalizações (gritos) em várias situações. Por exemplo, há algumas espécies que avisam com gritos específicos quando seus predadores (aves de rapina, leopardo ou cobras) estão se aproximando.
Segundo a professora do departamento de biologia animal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eleonore Setz, os primatas também se comunicam pelo cheiro. “Eles usam o odor para reconhecer outros indivíduos da mesma espécie, qual seu sexo, sua condição reprodutiva e até mesmo identificando grupos”, explica.
Esse cheiro é de quem?
O porco-do-mato, também conhecido por outros nomes - como caititu ou pecari, dependendo da região do Brasil - é um mamífero que vive em parte da América Latina. Eleonore Setz, professora do departamento de ecologia animal da Unicamp, conta que eles têm uma comunicação ampla pelo cheiro.
Parecido com o exemplo dos primatas, o porco-do-mato também usa esse artifício como forma de reconhecimento de território e grupo, hierarquias (quem é o líder?), para distinguir o sexo do outro indivíduo e qual sua condição reprodutiva (se em período próprio ou não).
Que conversinha é essa?
Como grande parte dos animais, as formigas também usam o cheiro como forma de delimitar território e identificar seu grupo. Mas esses pequenos bichos também se comunicam de uma forma que você nunca imaginaria: por som.
“Usando suas mandíbulas, elas batem fortemente uma na outra – geralmente, sinal de alerta”, explica o pesquisador do Centro de Estudos de Insetos Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Odair Correa Bueno. Ele completa dizendo que, em outros grupos, elas batem a parte posterior do abdômen (chamada de gáster) na superfície em que estão em sinal de alerta para os companheiros ou para assustar inimigos. “Se colocarmos uma iça (rainha das saúvas) próximo ao nosso ouvido, vamos perceber o som”, conta Bueno.
De mãe para filhote
Os golfinhos que chamam de Flipper, bem comuns na costa brasileira, são bonitinhos até na hora de se comunicar. Eles emitem sons elaborados, alguns até parecem assobios humanos. Cada grupo tem o seu “código”, e isso também serve como identificação de membros da mesma comunidade.
Há alguns sons que são emitidos exclusivamente por fêmeas quando estão falando com filhotes (os seus ou o de outras fêmeas). Segundo a pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Lilian Sander, elas usam esse artifício para passar ensinamentos aos pequenos ou para chamá-los para perto quando há perigo iminente.
Dança da comemoração
As abelhas que produzem mel não são a única espécie que temos na América. Há também outras importantes para a polinização de plantas e consequente proliferação de várias espécies. Mas as abelhas de mel têm um sistema de comunicação bem mais complexo. Um bom exemplo disso é a forma como avisam os companheiros de colmeia que encontraram comida.
O pesquisador do Centro de Estudos de Insetos Sociais da Unesp Odair Correa Bueno conta que, quando uma abelha encontra alimento, volta para o grupo e faz uma espécie de dança para chamar a atenção das outras e avisar em que distância, direção e quantidade encontrou. “Se dançar devagar e pouco tempo, significa que a fonte não é muito grande, mas se estiver muito agitada e dançando por longo tempo, implica em fonte melhor”, descreve.
Aprendendo a caçar
Assim como os golfinhos Flipper, as orcas (conhecidas também como baleias assassinas) se comunicam com os filhotes por meio do som, do contato e do exemplo. Esse animal tem uma técnica interessante de caça, que consiste em encalhar o próprio corpo na areia para buscar presas. A mãe orca ensina o filhote a fazer isso.
Lilian Sander, pesquisadora da UFRGS, conta que as mães, nas primeiras vezes, encalham os próprios filhotes e depois ensinam os pequenos a desencalhar. Isso tudo pelo contato. Isso é uma cultura passada de geração para geração.
Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/educacao
segunda-feira, 19 de março de 2012
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