sábado, 11 de fevereiro de 2012

Na volta às aulas, escolha do transporte escolar merece cautela

Com a volta às aulas, recomeça a correria por matrícula, material escolar e, para muitos pais, por transporte --tipo de serviço que merece atenção antes de ser contratado. Só em 2011, quando a prefeitura fiscalizou mais de 80% das 11 mil vans credenciadas, foram apreendidos 106 coletivos escolares clandestinos. Outras 1.020 peruas apresentavam irregularidades --a mais frequente é o motorista ser flagrado sem a autorização da prefeitura, o CRMC (Certificado de Registro Municipal de Condutor). "É importante checar se a pessoa é autorizada. Além disso, é bom buscar referências. Às vezes, a mãe contrata um perueiro, mas quem dirige nem é ele", diz Selma do Amaral, diretora de atendimento do Procon-SP. Pais também devem estar atentos quanto à presença de um monitor que auxilie no transporte. O acompanhante só é exigido por lei nos serviços gratuitos, destinados às escolas públicas. Mas é recomendável em qualquer caso, alerta José Petrônio, presidente do sindicato de condutores escolares do Estado. "Não é lei, mas tem de ter. O motorista não pode ficar saindo do carro para deixar a criança em casa." Especialistas também pedem que os pais verifiquem se há cadeirinhas para menores de sete anos e meio. A resolução 277 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) não estendeu às peruas escolares a obrigatoriedade desses assentos especiais. Ainda assim, um veículo desse tipo que trafegue sem a cadeirinha está infringindo o Código de Defesa do Consumidor, aponta Selma do Amaral. "A norma [do Contran] não é obrigatória para os coletivos escolares, mas é uma referência para avaliar a segurança no transporte", diz ela. Quem ignora o assento especial, afirma, pode ser notificado por oferecer serviço com um risco além do permitido. Os próprios pais ajudam na fiscalização. Apenas em novembro passado, o sindicato dos condutores escolares recebeu 163 reclamações, conta José Petrônio. Ele recomenda que as peruas clandestinas sejam evitadas. "As mães acham o preço baixo e acabam deixando a criança andar num carro sem segurança." O ideal, diz, é checar se o condutor e a perua são cadastrados. O número 1 Otacílio dos Santos, 75, começou no ramo em 1968. Quatro anos depois, quando o cadastro se tornou obrigatório, seu carro obteve o registro número 1 do município. "Eu tinha a maior bronca de quem me chamava de perueiro'", diz ele, que se aposentou há seis anos. "No bairro, ainda sou conhecido como o tio Otacílio." No ramo desde 1996, o casal Clóvis, 60, e Guiomar de Polillo, 61, começou a fazer transporte escolar após o marido perder o emprego como projetista mecânico. Ele dirigia e ela era a monitora. "Mas rolava um certo estresse", conta Guiomar. Hoje, os dois trabalham na mesma escola, na zona sul, mas cada um dirige a sua perua. Nas contas de Clóvis, ele transporta diariamente 35 crianças, das 7h às 17h30. "Tem a entrega dos alunos da manhã, depois os do período integral, os horários de saída, a ida para o curso de inglês...", enumera. "A maior dificuldade são as crianças mal-educadas. Sou firme. Não grito, mas não dou moleza", diz Guiomar. A médica Mônica Rehm, 50, conta com transporte escolar há oito anos, desde que seus filhos, hoje adolescentes, eram crianças. "Se não tivesse a perua, o mais velho teria de acompanhar a mais nova a pé e seria difícil conciliar os horários." Na escola em que estudam, o serviço é terceirizado, mas foi indicado pela própria instituição, em Santo Amaro, na zona sul."O colégio é a melhor referência. Se indica, é porque tem confiança", diz a mãe, para quem uma das desvantagens é a pouca flexibilidade de horário. "Quando há alguma atividade fora do período regular, não tem perua." Mônica paga R$ 300 mensais para os dois filhos voltarem para casa. Segundo cotação do Datafolha, o máximo é R$ 350 para ida e volta. A reportagem achou, porém, preços díspares. No Salesiano, zona norte, o valor é de até R$ 200; no Arquidiocesano, zona sul, chega a R$ 618. Segundo o Procon, não existe tabela fixa, mas o órgão pode agir caso haja mais de um reajuste no ano ou se houver aumento injustificado. FIQUE ATENTO Ligue 156 para checar se o motorista e o veículo são credenciados pela prefeitura. Serão necessários o número da placa do veículo e o nome completo do condutor. Procure referências do trabalho do motorista com quem já tenha utilizado seu serviço. Cheque se ele conta com um ajudante para auxiliar no transporte das crianças. Verifique se há cadeirinha para menores de sete anos, se há cintos de segurança e se a abertura das janelas não excede 10 cm . Saiba se o serviço pode ser oferecido fora do calendário escolar regular (como durante a recuperação). Peça o número de telefone do motorista ou do acompanhante para eventuais emergências Fonte: http://www.folha.uol.com.br/folhinha

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