Se o seu filho vai mudar de escola em agosto e você está angustiada com a adaptação, acalme-se. Em primeiro lugar, vale reforçar que o seu apoio e o da escola farão toda a diferença nesse processo. Para os menores, segundo a psicóloga Ana Cássia Maturano, de São Paulo, o ideal é levá-los para conhecer a escola, o espaço físico (onde é a sala de aula, o parquinho, os banheiros) e até os professores antes do início das aulas, se for possível. Ao reconhecer o ambiente onde vai passar os próximos meses, a criança se sente mais segura e estará menos ansiosa quando as aulas começarem.
Outra dica é você combinar com a coordenação como vai funcionar os primeiros dias de aula: se você pode ficar algumas horas por lá, por exemplo. Ao conversar com o seu filho sobre a mudança, evite idealizar a nova escola, afirmando que as coisas por lá serão o máximo. “É preciso preparar a criança. Dizer ‘olha, talvez não seja muito fácil, você pode demorar alguns dias para conhecer todo mundo’ pode ajudá-lo a lidar melhor com essa situação. E, claro, reforce sempre que você estará ao lado dele”, recomenda a psicóloga.
Michèle Ruano passou por isso ainda este ano. Ela precisou trocar seu filho de 2 anos e meio de escola em junho. Pedro estava há mais de um ano no mesmo lugar, mas, após descobrir que uma professora maltratou outro aluno, Michèle decidiu que era hora de mudar. “A adaptação ao novo espaço foi difícil. Eu ficava com ele uma hora pela manhã e uma hora à tarde, mas ele não queria me soltar e chorava quando eu tentava sair. Eu, claro, ficava angustiada. Agora, depois de um mês, Pedro já sabe o nome de todos os amigos e me dispensa no portão”, conta a mãe.
No caso de crianças mais velhas, é preciso conversar com a coordenação da escola para saber como funcionam as avaliações e qual o cronograma do conteúdo. Ou seja, pode ser que o seu filho ainda não tenha aprendido algumas matérias que já foram ensinadas para aquela série. Nesse caso, verifique como esse apoio vai acontecer ou se caberá a você providenciar algumas aulas particulares.
Aqui também é fundamental você conversar com a criança e mostrar que está com ela nessa adaptação. Na hora de organizar os materiais, vale até comprar um mimo novo para o seu filho levar para a escola, pode ser uma caneta diferente, um estojo. É uma atitude que vai dar aquele clima de recomeço – e é uma delícia, não?
Verifique também como será o apoio ao seu filho nos primeiros dias. Segundo Maria Elisa Sperling, diretora pedagógica do colégio paulista Santa Amália (SP), é importante que os professores e coordenação acompanhem mais de perto o dia a dia da criança, inclusive chamá-la para que conte como está se sentindo. O mesmo vale para os pais, em casa!
Carina Dietrich, mãe de Carolina, 8, e Júlia, 5, teve uma boa experiência com a adaptação das duas filhas no meio do ano. Seu marido foi transferido para São Paulo e a família precisou sair de Petrópolis (RJ) em julho de 2011. As meninas não tiveram problemas por começar em uma nova escola em agosto, e a mãe ficou satisfeita com o apoio da instituição. “Carol teve várias provas na segunda semana de aula. Quando liguei para o colégio para saber como isso ia funcionar, percebi que a equipe estava muito preparada. Eles tinham o histórico escolar dela em mãos, e estavam com um planejamento diferenciado para minha filha”, conta.
Se você ainda está na dúvida...
As aulas vão começar em 15 dias e você ainda está se questionando se vai trocar o seu filho de escola? Para Ana Cássia, essa mudança só é recomendada no meio do semestre em casos inevitáveis, como a transferência da família para outra cidade ou caso ela esteja sofrendo, seja por um problema social ou de aprendizado mesmo.
Ainda assim, antes de tomar qualquer atitude, é fundamental conversar com a coordenação para entender o que está acontecendo e de que maneira a escola poderia ajudar. “A primeira solução precisa ser buscada dentro do lugar onde a criança está matriculada. Se depois de conversar com os professores, os coordenadores e com a própria criança a dificuldade não for superada, aí é hora de pensar em mudança”, diz Maria Elisa.
Fonte: http://revistacrescer.globo.com
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