quarta-feira, 23 de maio de 2012

Evasão Escolar



"O principal motivo da evasão escolar de adolescentes é a falta de interesse pelos estudos. Uma pesquisa divulgada hoje, coordenada pelo economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, mostra que 40,3% dos jovens de 15 a 17 anos abandonam a escola por falta de interesse, enquanto 27,1% saem por razões de trabalho e renda. Por outro lado, apenas 10,9% deles deixam de estudar por falta de acesso à escola e 21,7% o fazem por motivos diversos, entre os quais a gravidez precoce tem porcentuais relevantes.
O estudo mostra que, em 2008, 14,1% dos jovens dessa faixa etária deixaram de estudar. Esse porcentual é mais alto na região metropolitana de São Paulo (18,7%), de Porto Alegre (18,8%) e entre os ocupados (28%), o que indica uma relação entre a demanda do mercado de trabalho e o abandono escolar. "O pior da evasão acontece quando uma família pobre está num ambiente rico. O canto da sereia do mercado é mais forte", interpreta Neri. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) dos anos de 2004 e 2006 e a série de 2008 da pesquisa mensal de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são as bases do estudo'.


O artigo acima, foi publicado em 2009, mas vemos que não mudou muito a situação, podemos conferir isso no artigo de 2011, confira abaixo:


"Até a 8ª série, Evelyn Manuel Rodrigues era a típica boa aluna, com caderno caprichado, gosto pelos estudos e notas acima da média. Na 1ª série do ensino médio, seu rendimento caiu, faltou várias vezes às aulas, chegou atrasada tantas outras, acabou reprovada e desistiu de estudar. Longe de ser uma exceção, ela entrou para um grupo que consiste na metade dos estudantes desta etapa de ensino: os que desistem antes de terminá-la. A escola não consegue manter o interesse dos adolescentes.
Além dos alunos que deixam de estudar nesta fase, muitos dos que ficam não demonstram vontade de aprender, o que contribui diretamente para torná-la a pior etapa da educação brasileira.
Nem só o mercado de trabalho precisa de jovens bem formados. O professor de Políticas Educacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Pablo Gentili, lembra que os jovens também são cidadãos, eleitores e ajudam a definir a cara da sociedade brasileira por gerações. "O ensino médio deveria se preocupar com a formação do ser humano", resume.Ele entende que a adolescência é um momento de transformação da pessoa e, portanto, é essencial que bons valores sejam apresentados. "O ensino médio é uma oportunidade ímpar para que o jovem se depare com o conhecimento que vai torná-lo ativo e produtivo”, afirma.






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