quinta-feira, 5 de abril de 2012

O que causa a agressividade e o papel da escola

Muitas vezes, a agressividade infantil se manifesta por uma dificuldade da criança em se expressar. "Ela não consegue compreender os próprios pensamentos e sentimentos e é difícil expressá-los de forma clara. A agressividade acaba por ser uma válvula de escape, quando a mente não dá conta de resolver o conflito de forma racional", explica Odair. "A agressividade acontece muito entre um ano e meio e três anos, faixa em que a criança ainda está adquirindo linguagem, mas não consegue expressar claramente suas emoções. Os pequenos dessa faixa etária, embora já falem uns com os outros, ainda não dialogam e não trocam ideias entre si, pois têm dificuldade de entender pensamentos que não são seus", afirma Cristiane. Além disso, há outros fatores que podem causar a agressividade infantil. "Crianças que também apresentam dificuldades para dividir seus objetos pessoais podem se sentir ameaçadas quando alguém lhes tira algo e assim ter uma atitude agressiva. Dividir um brinquedo que lhe pertence pode ser algo muito sofrido e não apenas puro egoísmo, como os adultos costumam pensar. Então, na disputa para conseguir de volta seu brinquedo, a criança pode chorar ou até morder quem o pegou", complementa Cristiane. "Por outro lado, a agressividade infantil pode ter influência do contexto familiar ou escolar, que podem ser agressivos, tais como pais violentos ou se a criança for vítima de bullying na escola ou na rua. O ambiente também serve de base para tais comportamentos", avisa Odair. "Por isso, as escolas precisam ter profissionais que compreendam o universo infantil. Em situação de agressividade, o educador deve ouvir a criança com toda a atenção e auxiliá-la a pensar no ódio e na raiva, nesta energia negativa que circula dentro dela e que busca escape na agressividade. Se o sofrimento for intenso e a conversa com o profissional não bastar, a criança deve ser encaminhada para um psicólogo infantil que a ajude a administrar e organizar seus sentimentos e que também oriente os pais", indica Léa. A escola tem um papel fundamental na hora de lidar com a criança de comportamento agressivo. "É no colégio que os pequenos passam boa parte do tempo e é comum eles serem mais agressivos na escola do que em casa, pois em casa geralmente eles têm vários adultos à sua disposição e na escola são várias crianças para dividir a atenção de um adulto. Então, a criança vai tentar garantir seu espaço e terá atitudes para conseguir a atenção da professora. Na escola seu filho entra em contato com regras de convivência, precisa esperar sua vez para realizar atividades e tem contato com outras crianças. Mas, se a agressividade persistir, a escola pode chamar os pais para, juntos, buscarem uma solução", recomenda Cristiane. "Mas os pais não devem delegar a completa responsabilidade à escola, nem a escola achar que só os pais podem tomar atitudes com crianças de comportamento agressivo. Ao mesmo tempo, a comunicação entre ambos é importante, tanto para afinar seus discursos, como para saber se tal comportamento se repete tanto em casa como na escola ou são diversos. Pais e colégio precisam trabalhar em conjunto para a melhor formação e educação da criança", aconselha Odair. Continuação no próximo post. Fonte: http://bbel.uol.com.br/filhos

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