quinta-feira, 29 de março de 2012

Entenda porque seu filho faz xixi na cama

Normalmente somos capazes de controlar nossa bexiga - urinamos quando queremos, no momento e local adequados - mas não nascemos assim. Nos bebês o sistema nervoso não está totalmente preparado e amadurecido para proporcionar este controle consciente. Este processo ocorre ao longo do tempo, nos primeiros anos de vida, de tal forma que aos quatro anos de idade 85% das crianças conseguem controlar a bexiga durante o dia. O controle noturno costuma ocorrer por volta dos seis anos. O que é enurese? Enurese é a eliminação involuntária de urina, numa idade onde este controle já deveria existir. A enurese noturna, urinar durante o sono, é um problema psicológico e social bastante traumático para a criança, que pode mobilizar emocionalmente todo o núcleo familiar. Ela pode ser primária, quando a criança nunca conseguiu evitar a perda de urina, ou secundária, quando ela volta a molhar a cama após um período de pelo menos 6 meses se fazer xixi involuntariamente durante o sono. Em torno de 15% das crianças, por volta dos sete anos de idade, podem ainda apresentar episódios de perda noturna. Aos 10 anos, este número cai para 5%. A enurese noturna em geral apresenta três aspectos importantes: - É um sintoma que pode ser provocado por várias disfunções diferentes; - É por vezes motivo de atitudes punitivas, com agressões físicas e psicológicas à criança; - É uma condição benigna e transitória. O que causa a enurese noturna? Este sintoma pode ser provocado por várias situações, que se dividem em três pilares principais: - Distúrbios do sono: a sensação de bexiga cheia/vontade de urinar não consegue despertar a criança; - Falta de maturação do controle neurológico da bexiga, ou seja, a criança ainda não tem controle da micção; - Aumento da quantidade de urina produzida pelos rins durante a noite. Como lidar com a enurese? Alguns casos dramáticos são relatados, desde constrangimentos e castigos cruéis, até surras. As crianças, mesmo aquelas criadas em lares mais pacíficos, costumam comparecer à consulta para tratar deste problema com algum constrangimento e, por vezes, com sentimentos de vergonha e humilhação. Por isso é que o médico que se propõe a cuidar desses pacientes deve, desde o primeiro contato, demonstrar que verdadeiramente se interessa pelo problema, sem, no entanto manifestar pena. A criança tem que sentir que este profissional realmente se importa e que vai fazer tudo para ajudar. Uma abordagem que sempre funciona é, logo após o relato do problema pelos pais, continuar a consulta com um diálogo dirigido à criança, e informando logo de início um dos aspectos do problema: a hereditariedade. Cerca de 70% das crianças que fazem xixi na cama têm parentes que tiveram o mesmo problema, sendo que em pelo menos 40% das famílias um dos pais passou pela mesma situação. Isto nem sempre é contado ao pequeno paciente, e quando ele passa a saber disso - e mais ainda, quando no meio da consulta um dos pais confessa que teve o mesmo problema - é impressionante como o semblante da criança muda. A face de sofrimento se transforma em expressão de alívio por descobrir-se não ser tão diferente assim. Os sentimentos que se seguem a esta revelação são múltiplos: surge a esperança de que um dia, mais cedo ou mais tarde, o problema dela também vai desaparecer. Tratamento O tratamento correto depende de uma avaliação criteriosa, e, geralmente, é prescrito somente por um período de tempo, o suficiente para aliviar os sintomas enquanto o organismo está se desenvolvendo e "amadurecendo". Não há uma conduta terapêutica única para um problema com tantas causas. Vários tipos de medicamentos podem ser usados, associados ou não ao tratamento comportamental. Na grande maioria das vezes, a enurese noturna tem cura espontânea, sem necessidade de qualquer tipo de abordagem mais profunda. Com o devido esclarecimento da criança e dos familiares, a ansiedade diminuiu. Em algumas vezes isso basta para o desaparecimento dos sintomas. No entanto, é importante lembrar que em alguns raros casos a enurese, noturna ou diurna, pode estar associada a algum problema mais grave. Isto é raro, mas quando o diagnóstico não é feito podem haver severas consequências. Crianças que mantêm este sintoma por mais tempo, e, principalmente, acima dos 10 anos de idade, devem ser obrigatoriamente avaliadas por um urologista. Fonte: http://minhavida.uol.com.br/

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