sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Parte 2 - TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA INFÂNCIA

Transtornos do Comportamento Disruptivo Os transtornos da infância diretamente relacionados com o comportamento são os transtornos de oposição e desafio e o transtorno de conduta. São caracterizados por um padrão repetitivo e persistente de comportamento agressivo, desafiador, indo contra as regras de convivência social. Tal comportamento deve ser suficientemente grave, sendo diferente de travessuras infantis ou rebeldia "normal" da adolescência. O Transtorno de oposição e desafio (TOD) tem maior incidência na faixa etária dos 4 aos 12 anos e atinge mais meninos que meninas. Tem como característica um comportamento opositor às normas, discute com adultos, perde o controle, fica aborrecido facilmente e aborrece aos outros. No Transtorno de Conduta, que é mais comum entre adolescentes do que crianças e é mais comum também entre meninos, o padrão disfuncional de comportamento é mais grave que no Transtorno de oposição e desafio. Eles freqüentemente agridem pessoas e animais, envolvem-se em brigas, em destruição de propriedade alheia, furtos ou ainda agressão sexual. Sérias violações de regras, como fugir de casa, não comparecimento sistemático à aula e enfrentamento desafiador e hostil com os pais também são sinais da doença. Esse transtorno está freqüentemente associado à ambientes psicossociais adversos, tais como: instabilidade familiar, abuso físico ou sexual, violência familiar, alcoolismo e sinais de severa perturbação dos pais. A comorbidade desses transtornos com o abuso de substâncias e TDAH chega a quase 50%. O tratamento dos transtornos de oposição e de conduta envolve principalmente psicoterapia individual e familiar, e às vezes reclusão em unidades corretivas. O tratamento das comorbidades é fundamental e pode necessitar de medicação (nos casos de TDAH) ou até internação (em quadros graves de dependência química).
Transtornos Depressivos na Infância O reconhecimento de transtornos depressivos na infância ocorreu no final da década de 60. Surgiram então três conceitos: _ sintomas depressivos análogos aos dos adultos não existem; _ a depressão manifesta-se por sintomas específicos nessa faixa etária; _ a sintomatologia depressiva surge mascarada por outros sintomas ou síndromes, tais como hiperatividade, enurese, encoprese, déficit de aprendizagem e transtorno de conduta.
Transtornos depressivos ocorrem tanto em meninos quanto em meninas. Os sintomas de depressão podem ser : isolamento, calma excessiva, agitação, condutas auto e hetero-agressivas, intensa busca afetiva, alternando atitudes prestativas com recusas de relacionamento. A socialização está geralmente perturbada: pode haver recusa em brincar com outras crianças e dificuldade para aquisição de habilidades. As queixas somáticas são freqüentes: dificuldade do sono (despertar noturno, sonolência diurna), alteração do padrão alimentar. Queixas de falta de ar, dores de cabeça e no estômago, problemas intestinais e suor frio também são freqüentes. A criança deprimida apresenta incapacidade para divertir-se, algumas vezes queixando-se de estar aborrecida. Assistem muita televisão não se importando qual seja o programa. A baixa auto-estima e a culpa excessiva, além da diminuição do rendimento escolar são característicos da depressão. Apresentam também muita irritabilidade, sendo descritas pelos pais como mal humoradas. Os transtornos depressivos da infância podem ser classificados em duas formas bem distintas. A primeira delas, a distimia que, etmológicamente significa "mal-humorado", é uma forma crônica de depressão com início insidioso, podendo durar toda a vida da pessoa. Para firmar este diagnóstico é preciso que o humor seja depressivo ou irritável e esteja presente quase todos os dias por pelo menos um ano. A outra forma de depressão, transtorno depressivo maior é caracterizada por períodos ou crises apresentando uma síndrome depressiva completa (todos os sintomas descritos anteriormente) por pelo menos duas semanas, causando importantes prejuízos na vida da criança. Podem estar presentes alucinações, ideação ou condutas suicidas. Essa crise é nitidamente diferente do funcionamento habitual da criança. Os transtornos depressivos são bastante tratáveis hoje em dia, obtendo-se bons resultados. Pais que desconfiem que um filho sofra desse mal devem levá-lo a um psiquiatra ou serviço de psiquiatria para uma avaliação. O tratamento utiliza medicações antidepressivas e acompanhamento psicológico. Internações são necessárias em duas situações: quando o paciente fica psicótico (fora da realidade), o que é raro, ou quando existe risco de suicídio. Fonte: http://www.abcdasaude.com.br

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