segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Deficiência Mental

Inteligência... Definição de inteligência: “capacidade para aprender, capacidade para pensar abstractamente, capacidade de adaptação a novas situações” e “conjunto de processos como memória, categorização, aprendizagem e solução de problemas, capacidade linguística ou de comunicação, conhecimento social…”(Sainz e Mayor). Deficiência Mental Conceito: Deficiência mental é a designação que caracteriza os problemas que ocorrem no cérebro e levam a um baixo rendimento, mas que não afectam outras regiões ou áreas cerebrais. Quem pode ser considerado deficiente mental? Deficiente mental são “todas as pessoas que tenham um QI abaixo de 70 e cujos sintomas tenham aparecido antes dos dezoito anos considera-se que têm deficiência mental.” - Paula Romana. Segundo a vertente pedagógica, o deficiente mental será o indivíduo que tem uma maior ou menor dificuldade em seguir o processo regular de aprendizagem e que por isso tem necessidades educativas especiais, ou seja, necessita de apoios e adaptações curriculares que lhe permitam seguir o processo regular de ensino. Graus de deficiência mental Embora existam diferentes correntes para determinar o grau de deficiência mental, são as técnicas psicométricas que mais se impõem, utilizando o QI para a classificação desse grau. O conceito de QI foi introduzido por Stern e é o resultado da multiplicação por cem do quociente obtido pela divisão da IM (idade mental) pela IC (idade cronológica).Segundo a OMS, a deficiência divide-se: - Profunda: • Grandes problemas sensorio-motores e de comunicação,bem como de comunicação com o meio; • São dependentes dos outros em quase todas as funções e actividades, pois os seus handicaps físicos e intelectuais são gravíssimos; • Excepcionalmente terão autonomia para se deslocar e responder a treinos simples de auto-ajuda. - Grave/severa: • Necessitam de protecção e ajuda, pois o seu nível de autonomia é muito pobre; • Apresentam muitos problemas psicomotores; • A sua linguagem verbal é muito deficitária – comunicação primária; • Podem ser treinados em algumas actividades de vida diária básicas e em aprendizagens pré-tecnológicas simples; - Moderado/média: • São capazes de adquirir hábitos de autonomia pessoal e social; • Podem aprender a comunicar pela linguagem oral, mas apresentam dificuldades na expressão e compreensão oral; • Apresentam um desenvolvimento motor aceitável e têm possibilidade para adquirir alguns conhecimentos pré-tecnológicos básicos que lhes permitam realizar algum trabalho; • Dificilmente chegam a dominar as técnicas de leitura, escrita e cálculo; - Leve/ligeira: • São educáveis; • Podem chegar a realizar tarefas mais complexas; • A sua aprendizagem é mais lenta, mas podem permanecer em classes comuns embora precisem de um acompanhamento especial; • Podem desenvolver aprendizagens sociais e de comunicação e têm capacidade para se adaptar e integrar no mundo laboral; • Apresentam atraso mínimo nas áreas perceptivas e motoras; • Geralmente não apresentam problemas de adaptação ao ambiente familiar e social. Etiologia/Causas e factores de risco É importante alertar que, muitas vezes, apesar da utilização de recursos sofisticados na realização do diagnóstico, não se chega a definir com clareza a causa de deficiência mental. Factores Genéticos Estes factores actuam antes da gestação; a origem da deficiência está já determinada pelos genes ou herança genética. São factores ou causas de tipo endógeno (actuam no interior do próprio ser). Existem dois tipos de causas genéticas: • Geneopatias – alterações genéticas que produzem metabolopatias ou alterações de metabolismo; • Cromossomopatias – que são síndromes devidos a anomalias ou alterações nos cromossomas. Factores Extrínsecos Factores extrínsecos são factores pré-natais, isto é, que actuam antes do nascimento do ser. Podemos, então, constatar os seguintes problemas: • Desnutrição materna; • Má assistência à gestante; • Doenças infecciosas; • Intoxicações; • Perturbações psiquícas; • Infecções; • Fetopatias; (actuam a partir do 3º mês de gestação) • Embriopatias (actuam durante os 3 primeiros meses de gestação) • Genéticos. • etc Factores Perinatais e neonatais Factores Perinatais ou Neonatais são aqueles que actuam durante o nascimento ou no recém-nascido. Neste caso, podemos constatar os seguintes problemas: • Metabolopatias; • Infecções; • Incompatibilidade RH entre mãe e recém nascido. • Má assistência e traumas de parto; • Hipóxia ou anóxia; • Prematuridade e baixo peso; • Icterícia grave do recém nascido (incompatibilidade RH/ABO). Factores Pós-Natais Factores pós-natais são factores que actuam após o parto. Observamos, assim, os seguintes problemas: • Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global: • Infecções; • convulsões; • Anoxia (paragem cardíaca, asfixia…) • Intoxicações exógenas (envenenamento); • Acidentes; • Infestações. Intervenção Pedagócica No desenvolvimento de um indivíduo deficiente mental, deparamo-nos com várias dificuldades, sendo elas: • Psicomotoras; • Sensoriais; • Nas relações sociais; • De autonomia; • De linguagem. No momento de planificar qualquer intervenção educativa, devemos pensar nessas dificuldades e, consoante as possibilidades e limitações de cada indivíduo, estabelecer o programa mais adaptado. Além de conhecer o estado geral do seu desenvolvimento e as dificuldades específicas apresentadas, deveremos atender também às capacidades de aprendizagem de cada um, para evitar que os objectivos educativos não sejam nem demasiado exigentes, a ponto de o aluno não poder atingi-los, nem tão simples, que não favoreçam ao máximo o desenvolvimento das suas potencialidades. •Em primeiro lugar, a criança deficiente tem dificuldade em estruturar as suas experiências. A aquisição de capacidades perceptivo-motoras não terá a mesma significação que têm para a maioria dos indivíduos da sociedade a que pertencem. • É difícil comunicar com estas crianças porque, por um lado, teremos de entrar no seu mundo de objectos e representações e, por outro, no mundo das pessoas normais existe um campo de experiências que estão fora do alcance da criança deficiente. Esta dificuldade para estabelecer comunicação faz com que o tipo de educação que lhes damos, deva basear-se numa série de estratégias que permitam educar a percepção, motricidade e linguagem e que consistirão no treino da capacidade para efectuar as diferenciações e as estruturações necessárias para que as aprendizagens escolares possam revestir-se de significado para a criança e possam chegar a ser objectos, ou seja, possam fazer parte não apenas do seu meio ambiente mas também do seu próprio meio. • A criança deficiente mental não possui determinados meios para poder afirmar-se como pessoa e, por conseguinte, está sujeita a não ser respeitada e a ser tratada, por vezes, como um objecto. Para isso, contribui uma série de factores que passaremos a referir: os pais não devem deixar que a criança não faça nada, pois isso prejudica o desenvolvimento da sua autonomia pessoal; outro aspecto em que é preciso ajudar o deficiente mental é na integração do seu esquema corporal, pois se não conseguir compreender os termos que simbolizam as relações espaciais, não poderá compreender os sistemas convencionais que regulam a vida social e viverá à margem desta e muitas ocasiões. • A atitude perante o deficiente mental deve ser sempre de aceitação da sua pessoa tal como é; esta atitude deveria ser adoptada por toda a sociedade, mas muito especialmente por pais e educadores. Fonte: http://deficiencia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1021484657

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