Em datas comemorativas como o dia das crianças, os presentes costumam fazer parte do agrado dos pais. Mas, além de oferecer alegrias para os pequenos, é preciso pensar nos benefícios que o presente irá gerar.
"É importante presentear, mas o excesso desvaloriza a intenção e reforça o consumo. Melhor dar menos presentes nas datas significativas e escolher aqueles que não são apenas um apelo publicitário do que, depois de algumas horas, a criança esquecer", afirma a educadora e consultora pedagógica da Faber-Castell, Lourdes Atié.
Para ela, o dia das crianças deveria ser entendido como o dia oficial para se brincar e não ser lembrado como uma data para se oferecer dinheiro para a criança. "Pais e filhos devem brincar juntos. É jogar bola, inventar reinos distantes, ler livros, desenhar juntos, recortar, colorir, pintar, rir dos desenhos. Enfim, se divertir".
Mas, se escolher um presente é indispensável, a adequação dele à faixa etária e à característica de propiciar diversão e aprendizagem são fatores primordiais a serem levados em conta. Conforme as especialistas consultadas, a regra é válida para a oferta de presentes de cunho tecnológico, que também precisam ter os limites de tempo de uso estabelecidos.
Como escolher o presente da criança para uma data especial?
Para presentear uma criança com um celular, por exemplo, é necessário primeiro avaliar a necessidade de ela possuir um aparelho. A justificativa dos pais de querer monitorar sua rotina nem sempre é a melhor saída. "Uma criança com sete anos é muito nova para a responsabilidade que um celular exige. Ela precisa saber fazer o uso adequado do aparelho, não no que diz respeito à forma de manuseá-lo (já que elas parecem nascer sabendo), mas no que diz respeito a sua utilidade em lugares adequados e de acordo com a frequência necessária", avalia a psicóloga Marjorie Vicente.
Os pais também devem saber separar o que é pertencente aos filhos em termos de sentimentos, preocupações e desejos. Quando os filhos começam a sair sozinhos, na pré-adolescência, por exemplo, e os pais ficam preocupados em saber se estão bem, se deu tudo certo no percurso dos passeios ou que horas devem buscá-los, o uso do celular se faz adequado. "Também colabora para um senso de responsabilidade de acordo com as normas de uso", avalia.
O equipamento em si não é o problema, mas sim o uso e o tempo de utilização. "Da mesma forma que não podemos passar o dia debaixo do chuveiro, ou comendo sem parar, não podemos passar o dia no computador. Nada em excesso faz bem", diz Lourdes Atié.
"Os pais devem monitorar o número de horas que o adolescente passa em frente ao computador em sites de relacionamento e bate-papo em detrimento do tempo que deveria usá-lo como meio de pesquisa e estudo", frisa Marjorie.
O privilégio de poder usar a máquina em almoços familiares ou em viagens de lazer também é um sinal de que os pais precisam ficar atentos. "O equilíbrio é sempre uma boa medida para saber se estamos no caminho certo".
Outra situação comum é os pais presentearem de acordo com o desejo do filho. Neste caso, é importante que eles entendam o motivo do interesse da criança pelo produto. "A publicidade atua de forma agressiva com as crianças e os colegas de escola são 'cruéis' quando desejam excluir quem não possui os mesmos recursos. Ao invés de só prover financeiramente, é importante que os pais procurem saber exatamente o que está acontecendo com os seus filhos", conta Marjorie.
Veja os cuidados que os pais devem ter para não privar os filhos de uma infância saudável.
As atitudes precoces de uma criança, como o interesse das meninas em fazer maquiagem e vestirem-se como mulher, devem ser controladas pela família. De acordo com a psicóloga Claudia Marinho, o fato de dar um presente não necessariamente vai refletir no processo de "adultização". "Tornar a criança adulta não é pontual a objetos. Os pais devem permitir que ela aproveite a infância e viva suas experiências", ressalta.
E como estimular uma infância sadia dos filhos? Conforme a psicóloga Marjorie Vicente, ensinando-os a questionar o consumismo e praticar o desapego. Por exemplo, estimulando-os a doar um brinquedo velho cada vez que se ganha um novo.
"É importante presentear, mas o excesso desvaloriza a intenção e reforça o consumo. Melhor dar menos presentes nas datas significativas e escolher aqueles que não são apenas um apelo publicitário do que, depois de algumas horas, a criança esquecer", afirma a educadora e consultora pedagógica da Faber-Castell, Lourdes Atié.
Para ela, o dia das crianças deveria ser entendido como o dia oficial para se brincar e não ser lembrado como uma data para se oferecer dinheiro para a criança. "Pais e filhos devem brincar juntos. É jogar bola, inventar reinos distantes, ler livros, desenhar juntos, recortar, colorir, pintar, rir dos desenhos. Enfim, se divertir".
Mas, se escolher um presente é indispensável, a adequação dele à faixa etária e à característica de propiciar diversão e aprendizagem são fatores primordiais a serem levados em conta. Conforme as especialistas consultadas, a regra é válida para a oferta de presentes de cunho tecnológico, que também precisam ter os limites de tempo de uso estabelecidos.
Como escolher o presente da criança para uma data especial?
Para presentear uma criança com um celular, por exemplo, é necessário primeiro avaliar a necessidade de ela possuir um aparelho. A justificativa dos pais de querer monitorar sua rotina nem sempre é a melhor saída. "Uma criança com sete anos é muito nova para a responsabilidade que um celular exige. Ela precisa saber fazer o uso adequado do aparelho, não no que diz respeito à forma de manuseá-lo (já que elas parecem nascer sabendo), mas no que diz respeito a sua utilidade em lugares adequados e de acordo com a frequência necessária", avalia a psicóloga Marjorie Vicente.
Os pais também devem saber separar o que é pertencente aos filhos em termos de sentimentos, preocupações e desejos. Quando os filhos começam a sair sozinhos, na pré-adolescência, por exemplo, e os pais ficam preocupados em saber se estão bem, se deu tudo certo no percurso dos passeios ou que horas devem buscá-los, o uso do celular se faz adequado. "Também colabora para um senso de responsabilidade de acordo com as normas de uso", avalia.
O equipamento em si não é o problema, mas sim o uso e o tempo de utilização. "Da mesma forma que não podemos passar o dia debaixo do chuveiro, ou comendo sem parar, não podemos passar o dia no computador. Nada em excesso faz bem", diz Lourdes Atié.
"Os pais devem monitorar o número de horas que o adolescente passa em frente ao computador em sites de relacionamento e bate-papo em detrimento do tempo que deveria usá-lo como meio de pesquisa e estudo", frisa Marjorie.
O privilégio de poder usar a máquina em almoços familiares ou em viagens de lazer também é um sinal de que os pais precisam ficar atentos. "O equilíbrio é sempre uma boa medida para saber se estamos no caminho certo".
Outra situação comum é os pais presentearem de acordo com o desejo do filho. Neste caso, é importante que eles entendam o motivo do interesse da criança pelo produto. "A publicidade atua de forma agressiva com as crianças e os colegas de escola são 'cruéis' quando desejam excluir quem não possui os mesmos recursos. Ao invés de só prover financeiramente, é importante que os pais procurem saber exatamente o que está acontecendo com os seus filhos", conta Marjorie.
Veja os cuidados que os pais devem ter para não privar os filhos de uma infância saudável.
As atitudes precoces de uma criança, como o interesse das meninas em fazer maquiagem e vestirem-se como mulher, devem ser controladas pela família. De acordo com a psicóloga Claudia Marinho, o fato de dar um presente não necessariamente vai refletir no processo de "adultização". "Tornar a criança adulta não é pontual a objetos. Os pais devem permitir que ela aproveite a infância e viva suas experiências", ressalta.
E como estimular uma infância sadia dos filhos? Conforme a psicóloga Marjorie Vicente, ensinando-os a questionar o consumismo e praticar o desapego. Por exemplo, estimulando-os a doar um brinquedo velho cada vez que se ganha um novo.
Não tornar o ato de receber a única recompensa prazerosa em datas comemorativas também serve de estímulo para que as crianças compreendam a importância da esfera familiar e dos passeios que podem ser realizados nestes dias. "A reunião familiar, o simples fato de estarem juntos, o abraço carinhoso, o beijo e uma cartinha devem entrar em cena", diz Marjorie.
A ideia de condicionar a atitude da criança a um ganho pode, de acordo com a psicóloga Claudia Marinho, afetar seus relacionamentos e torná-los descartáveis à medida que não forem interessantes para ela. Para Claudia, a noção de valor de presentes deve ser passada à criança que está em idade escolar. "O consumismo é estabelecido pela falta de noção de valor. Por isso, é importante os pais orientarem os filhos nesse sentido".
Possibilitar maior tempo para brincadeiras entre pais e filhos é a sugestão da educadora Lourdes Atié. "As crianças estão com agendas de atividades como executivos. Ficar à toa é fundamental. Nada de vesti-los como adultos", finaliza.
Fonte: http://bbel.uol.com.br/default.aspx
A ideia de condicionar a atitude da criança a um ganho pode, de acordo com a psicóloga Claudia Marinho, afetar seus relacionamentos e torná-los descartáveis à medida que não forem interessantes para ela. Para Claudia, a noção de valor de presentes deve ser passada à criança que está em idade escolar. "O consumismo é estabelecido pela falta de noção de valor. Por isso, é importante os pais orientarem os filhos nesse sentido".
Possibilitar maior tempo para brincadeiras entre pais e filhos é a sugestão da educadora Lourdes Atié. "As crianças estão com agendas de atividades como executivos. Ficar à toa é fundamental. Nada de vesti-los como adultos", finaliza.
Fonte: http://bbel.uol.com.br/default.aspx
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