As férias ou a licença maternidade estão quase acabando e os pais precisam voltar a trabalhar. Nesta hora, surge o grande dilema: com quem deixar o pequeno? Opções é que não faltam: creches, escolinhas, parentes, babá, vizinhos... Mas qual será a melhor escolha? O UOL Comportamento conversou com especialistas para descobrir as vantagens e desvantagens de cada situação. Veja as respostas e escolha qual opção é mais adequada a sua realidade.
Opções mais populares: creche ou escolinha?
CRECHE
Prós: Estes berçários atendem a crianças a partir dos três meses de vida. Educadores especializados promovem atividades para estimular cada fase, desenvolvendo a coordenação motora e psíquica. O contato com outras crianças desperta habilidades sociais e de convivência. “É um ambiente em que elas estão protegidas em caso de emergência.
O fato de hoje haver possibilidade de a mãe ver pela internet o seu bebê durante o dia e saber que sempre haverá alguém com ele são importantes nessa fase de separação, diminuindo a ansiedade e dando oportunidade de se dedicar à vida profissional sem culpa”, comenta a psicopedagoga Maria Irene Maluf. O fator econômico conta a favor da creche, já que é mais barato matricular a criança em um destes espaços do que contratar uma babá especializada. Sem contar que profissionais de confiança dos pais não são fáceis de achar.
Contras: A atenção do educador não é focada apenas em seu filho, mas dividida entre outras crianças (mas isto só se apresenta como ponto negativo se a criança não aprender a conviver em grupo). A criança sente falta do ambiente de casa e o fato de ela ser cuidada por pessoas estranhas a seu círculo familiar agrava este problema. “O convívio com outros bebês também pode trazer doenças como gripes, resfriados e viroses”, lembra a terapeuta familiar Roberta Palermo, autora do livro “Babá/Mãe Manual de Instruções” (Summus Editorial).
A psicóloga Juliana Morillo aponta que, ao entrar em contato com várias pessoas ao mesmo tempo, a criança fica mais suscetível ao estresse. “A carga horária elevada também é exaustiva. É desvantajoso ainda quando a creche não cumpre com seus deveres ou falha em itens básicos, como segurança e higiene. Por isso, é preciso escolher o espaço com cautela e monitorar o trabalho dos profissionais, inclusive observando possíveis mudanças no comportamento da criança”, explica. Se os pais se sentem inseguros em relação à instituição, é melhor pensar duas vezes. “O sentimento vai passar um enorme desassossego ao bebê, que é muito mais sensível a esse tipo de coisa do que julgam os adultos”, acrescenta Maria Irene.
ESCOLINHA
Prós: Aceita crianças a partir dos dois anos e atua como uma pré-escola. O tempo passado dentro da escola (meio período ou integral) fica à escolha dos pais. “É neste ambiente que a criança vai se socializar e adquirir habilidades motoras, de percepção e cognição, que são a base de seu aprendizado da leitura e escrita”, avalia Maria Irene.
Segundo Juliana, os primeiros anos de vida são importantes para desenvolver e formar a personalidade. E a pré-escola serve como bom ambiente para desenvolver aspectos sociais, pois complementa os laços da família. “Criança superprotegida no ambiente familiar ou alvo de atenção quase que exclusiva não tem um crescimento saudável. Na escolinha, ela tem que conviver com outros alunos, dividindo a atenção e aprendendo regras de convívio social, além de novas habilidades para resolver problemas cotidianos”, explica ela.
Contras: As desvantagens aqui são muito parecidas com as da creche, com a adição de que a idade mínima para entrar na escolinha é maior (o que não ajuda aos pais de bebês). Também é preciso avaliar opções e conhecer o método aplicado na instituição. Se a escolha não for bem feita ou o método condizer com a personalidade da criança, pode haver problemas. “Há ainda a desvantagem de seu filho pegar gripes e resfriados. Mas, em geral, a escolha da escolinha é ótima, pois traz novos desafios, frustrações e emoções que colaboram muito para seu crescimento”, afirma Roberta.
BABÁ
Prós:A criança fica em casa, sem mudança de rotina e com os cuidados exclusivos de uma pessoa. Também não é preciso enfrentar o trânsito ou acordar mais cedo para deixar o bebê na creche. “A babá deve ser qualificada para a função e contratada apenas para cuidar da criança. Mesmo assim, recomendo que ela inicie a vida escolar a partir dos três anos de idade”, avalia Juliana. Outras vantagens apontadas pelos profissionais é que os pais têm um controle maior da rotina dos filhos, sabem que estão em local seguro, sem exposição a doenças e com atenção exclusiva da cuidadora, ao contrário do que acontece na creche.
Contras: Além do custo financeiro ser mais alto, a escolha da profissional deve ser muito criteriosa. A babá deve gostar da função e ter formação e pulso firme para dar limites sem ser agressiva. Indicações e recomendações de amigos que já contrataram uma boa profissional ajudam. Uma vez escolhida, evite ficar trocando. A criança estabelece um vínculo afetivo com a babá e sofre com a mudança. Fora que, em dias de folga ou de falta da profissional, os pais terão de chamar outra pessoa para oferecer os cuidados. A falta de contato e de brincadeiras com amiguinhos da mesma idade também é um ponto contra, pois faz com que o pequeno perca possibilidades de desenvolver sua habilidade social. Lembre-se ainda de que a babá tem valores e educação diferentes dos que os pais tiveram e isso pode ser repassado para o filho.
AVÓS
Prós: Por ser da família, a pessoa é de confiança e a escolha, mais econômica. “Ter alguém experiente e da família que a criança já conhece e com a qual se sente segura poupa uma série de problemas”, argumenta Juliana Morillo. Sem contar que a criança receberá os mesmos valores e moldes de educação que os pais receberam. O carinho e a atenção destes familiares também serão maiores do que os de uma pessoa “estranha”. “Em geral, são os melhores para orientar os jovens pais, pois têm um laço afetivo forte e insubstituível com seu netinho. Seus conselhos são positivos, cheios de carinho e boas intenções”, avalia Maria Irene. Contras: A idade mais avançada limita a agilidade motora necessária para cuidar de um bebê que engatinha pela casa ou de uma criança que começa a correr. Fora que a obrigação de criar a criança não pode ser delegada aos avós. “Eles precisam conviver com os netos sem esta responsabilidade. Ao deixar o filho com eles, os pais podem perder um pouco do controle da educação, e não dá para reclamar, afinal, eles estão ajudando”, diz Roberta. De fato, a diferença de gerações pode criar problemas entre os familiares. Para que isso não aconteça, as regras e rotinas estabelecidas devem ser seguidas cuidadosamente pelos avós. “Mas tal manejo não costuma acontecer de maneira simples. É importante uma boa convivência e comunicação entre os dois lados”, recomenda Juliana. “As ideias de educação dos avós podem conflitar com as dos filhos, genros e noras. Então, o ideal é que essa ajuda seja sempre adequada à capacidade física e condições de saúde dos mais velhos. E, preferencialmente, que exista uma babá junto deles para os cuidados mais pesados”, sugere Maria Irene. Os especialistas recomendam ainda que, quando a criança completar três anos, seja matriculada em uma pré-escola para ter acesso a outros estímulos e complementar seu desenvolvimento.
DOMÉSTICA
Prós: Assim como acontece com a babá, não há mudança na rotina dos pais, como se deslocar ou enfrentar trânsito para deixar o filho. O pequeno também aproveita o conforto e a segurança do lar.
Contras: Apesar de ser uma pessoa da confiança, a secretária do lar não é treinada para exercer a função de babá. Ela terá de dividir a tarefa de cuidadora com os afazeres domésticos. “Ela pode ser excelente pessoa e doméstica primorosa, mas cuidar de uma criança exige higiene, organização de horários e tempo disponível, além de um preparo prévio que não é fácil adquirir apenas na prática”, comenta Maria Irene.
VIZINHOS, AMIGOS, PARENTES OU IRMÃOS MAIS VELHOS
Prós: Deixar a criança com o vizinho, um familiar ou mesmo o irmão mais velho é vantajoso economicamente, afinal não é preciso pagar um cuidador – ou dá para negociar um valor camarada. A praticidade de não enfrentar trânsito e de deixar o pequeno com uma pessoa de confiança também são vantagens. Como ela já conhece seu responsável, não estranhará e ficará em um ambiente seguro e confortável.
Contras: “O ideal é que sempre haja uma remuneração para este trabalho, para que os pais possam fazer pequenas exigências. Quando é um favor, eles precisam aceitar que os cuidadores façam o que quiserem e da maneira que preferirem”, opina Roberta. Verificar como a pessoa trata os próprios filhos pode ser uma boa saída. “Em geral, estes vizinhos são pessoas que ficam em casa e cuidam de outras crianças para complementar sua renda. Se não forem muito recomendadas e conhecidas, é melhor deixar em uma creche, onde há profissionais mais preparados”, recomenda Maria Irene Maluf. O irmão mais velhos muitas vezes não tem pulso firme para controlar o caçula. Isso sem contar que pode haver ciúmes entre eles, o que prejudica o cuidado. A responsabilidade de ficar de olho em uma criança pequena é grande demais para um adolescente ou jovem, especialmente se ele precisa ir à escola, estudar e realizar outros afazeres.
Fonte: http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultimas-noticias/2011/09/27/com-quem-deixar-os-filhos-antes-de-se-decidir-veja-os-pros-e-contras-das-opcoes.htm
Opções mais populares: creche ou escolinha?
CRECHE
Prós: Estes berçários atendem a crianças a partir dos três meses de vida. Educadores especializados promovem atividades para estimular cada fase, desenvolvendo a coordenação motora e psíquica. O contato com outras crianças desperta habilidades sociais e de convivência. “É um ambiente em que elas estão protegidas em caso de emergência.
O fato de hoje haver possibilidade de a mãe ver pela internet o seu bebê durante o dia e saber que sempre haverá alguém com ele são importantes nessa fase de separação, diminuindo a ansiedade e dando oportunidade de se dedicar à vida profissional sem culpa”, comenta a psicopedagoga Maria Irene Maluf. O fator econômico conta a favor da creche, já que é mais barato matricular a criança em um destes espaços do que contratar uma babá especializada. Sem contar que profissionais de confiança dos pais não são fáceis de achar.
Contras: A atenção do educador não é focada apenas em seu filho, mas dividida entre outras crianças (mas isto só se apresenta como ponto negativo se a criança não aprender a conviver em grupo). A criança sente falta do ambiente de casa e o fato de ela ser cuidada por pessoas estranhas a seu círculo familiar agrava este problema. “O convívio com outros bebês também pode trazer doenças como gripes, resfriados e viroses”, lembra a terapeuta familiar Roberta Palermo, autora do livro “Babá/Mãe Manual de Instruções” (Summus Editorial).
A psicóloga Juliana Morillo aponta que, ao entrar em contato com várias pessoas ao mesmo tempo, a criança fica mais suscetível ao estresse. “A carga horária elevada também é exaustiva. É desvantajoso ainda quando a creche não cumpre com seus deveres ou falha em itens básicos, como segurança e higiene. Por isso, é preciso escolher o espaço com cautela e monitorar o trabalho dos profissionais, inclusive observando possíveis mudanças no comportamento da criança”, explica. Se os pais se sentem inseguros em relação à instituição, é melhor pensar duas vezes. “O sentimento vai passar um enorme desassossego ao bebê, que é muito mais sensível a esse tipo de coisa do que julgam os adultos”, acrescenta Maria Irene.
ESCOLINHA
Prós: Aceita crianças a partir dos dois anos e atua como uma pré-escola. O tempo passado dentro da escola (meio período ou integral) fica à escolha dos pais. “É neste ambiente que a criança vai se socializar e adquirir habilidades motoras, de percepção e cognição, que são a base de seu aprendizado da leitura e escrita”, avalia Maria Irene.
Segundo Juliana, os primeiros anos de vida são importantes para desenvolver e formar a personalidade. E a pré-escola serve como bom ambiente para desenvolver aspectos sociais, pois complementa os laços da família. “Criança superprotegida no ambiente familiar ou alvo de atenção quase que exclusiva não tem um crescimento saudável. Na escolinha, ela tem que conviver com outros alunos, dividindo a atenção e aprendendo regras de convívio social, além de novas habilidades para resolver problemas cotidianos”, explica ela.
Contras: As desvantagens aqui são muito parecidas com as da creche, com a adição de que a idade mínima para entrar na escolinha é maior (o que não ajuda aos pais de bebês). Também é preciso avaliar opções e conhecer o método aplicado na instituição. Se a escolha não for bem feita ou o método condizer com a personalidade da criança, pode haver problemas. “Há ainda a desvantagem de seu filho pegar gripes e resfriados. Mas, em geral, a escolha da escolinha é ótima, pois traz novos desafios, frustrações e emoções que colaboram muito para seu crescimento”, afirma Roberta.
BABÁ
Prós:A criança fica em casa, sem mudança de rotina e com os cuidados exclusivos de uma pessoa. Também não é preciso enfrentar o trânsito ou acordar mais cedo para deixar o bebê na creche. “A babá deve ser qualificada para a função e contratada apenas para cuidar da criança. Mesmo assim, recomendo que ela inicie a vida escolar a partir dos três anos de idade”, avalia Juliana. Outras vantagens apontadas pelos profissionais é que os pais têm um controle maior da rotina dos filhos, sabem que estão em local seguro, sem exposição a doenças e com atenção exclusiva da cuidadora, ao contrário do que acontece na creche.
Contras: Além do custo financeiro ser mais alto, a escolha da profissional deve ser muito criteriosa. A babá deve gostar da função e ter formação e pulso firme para dar limites sem ser agressiva. Indicações e recomendações de amigos que já contrataram uma boa profissional ajudam. Uma vez escolhida, evite ficar trocando. A criança estabelece um vínculo afetivo com a babá e sofre com a mudança. Fora que, em dias de folga ou de falta da profissional, os pais terão de chamar outra pessoa para oferecer os cuidados. A falta de contato e de brincadeiras com amiguinhos da mesma idade também é um ponto contra, pois faz com que o pequeno perca possibilidades de desenvolver sua habilidade social. Lembre-se ainda de que a babá tem valores e educação diferentes dos que os pais tiveram e isso pode ser repassado para o filho.
AVÓS
Prós: Por ser da família, a pessoa é de confiança e a escolha, mais econômica. “Ter alguém experiente e da família que a criança já conhece e com a qual se sente segura poupa uma série de problemas”, argumenta Juliana Morillo. Sem contar que a criança receberá os mesmos valores e moldes de educação que os pais receberam. O carinho e a atenção destes familiares também serão maiores do que os de uma pessoa “estranha”. “Em geral, são os melhores para orientar os jovens pais, pois têm um laço afetivo forte e insubstituível com seu netinho. Seus conselhos são positivos, cheios de carinho e boas intenções”, avalia Maria Irene. Contras: A idade mais avançada limita a agilidade motora necessária para cuidar de um bebê que engatinha pela casa ou de uma criança que começa a correr. Fora que a obrigação de criar a criança não pode ser delegada aos avós. “Eles precisam conviver com os netos sem esta responsabilidade. Ao deixar o filho com eles, os pais podem perder um pouco do controle da educação, e não dá para reclamar, afinal, eles estão ajudando”, diz Roberta. De fato, a diferença de gerações pode criar problemas entre os familiares. Para que isso não aconteça, as regras e rotinas estabelecidas devem ser seguidas cuidadosamente pelos avós. “Mas tal manejo não costuma acontecer de maneira simples. É importante uma boa convivência e comunicação entre os dois lados”, recomenda Juliana. “As ideias de educação dos avós podem conflitar com as dos filhos, genros e noras. Então, o ideal é que essa ajuda seja sempre adequada à capacidade física e condições de saúde dos mais velhos. E, preferencialmente, que exista uma babá junto deles para os cuidados mais pesados”, sugere Maria Irene. Os especialistas recomendam ainda que, quando a criança completar três anos, seja matriculada em uma pré-escola para ter acesso a outros estímulos e complementar seu desenvolvimento.
DOMÉSTICA
Prós: Assim como acontece com a babá, não há mudança na rotina dos pais, como se deslocar ou enfrentar trânsito para deixar o filho. O pequeno também aproveita o conforto e a segurança do lar.
Contras: Apesar de ser uma pessoa da confiança, a secretária do lar não é treinada para exercer a função de babá. Ela terá de dividir a tarefa de cuidadora com os afazeres domésticos. “Ela pode ser excelente pessoa e doméstica primorosa, mas cuidar de uma criança exige higiene, organização de horários e tempo disponível, além de um preparo prévio que não é fácil adquirir apenas na prática”, comenta Maria Irene.
VIZINHOS, AMIGOS, PARENTES OU IRMÃOS MAIS VELHOS
Prós: Deixar a criança com o vizinho, um familiar ou mesmo o irmão mais velho é vantajoso economicamente, afinal não é preciso pagar um cuidador – ou dá para negociar um valor camarada. A praticidade de não enfrentar trânsito e de deixar o pequeno com uma pessoa de confiança também são vantagens. Como ela já conhece seu responsável, não estranhará e ficará em um ambiente seguro e confortável.
Contras: “O ideal é que sempre haja uma remuneração para este trabalho, para que os pais possam fazer pequenas exigências. Quando é um favor, eles precisam aceitar que os cuidadores façam o que quiserem e da maneira que preferirem”, opina Roberta. Verificar como a pessoa trata os próprios filhos pode ser uma boa saída. “Em geral, estes vizinhos são pessoas que ficam em casa e cuidam de outras crianças para complementar sua renda. Se não forem muito recomendadas e conhecidas, é melhor deixar em uma creche, onde há profissionais mais preparados”, recomenda Maria Irene Maluf. O irmão mais velhos muitas vezes não tem pulso firme para controlar o caçula. Isso sem contar que pode haver ciúmes entre eles, o que prejudica o cuidado. A responsabilidade de ficar de olho em uma criança pequena é grande demais para um adolescente ou jovem, especialmente se ele precisa ir à escola, estudar e realizar outros afazeres.
Fonte: http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultimas-noticias/2011/09/27/com-quem-deixar-os-filhos-antes-de-se-decidir-veja-os-pros-e-contras-das-opcoes.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário