No artigo “Pesquisas expõem as múltiplas faces do racismo no Brasil”, Marco Aurélio Weissheimer faz um questionamento e ao mesmo tempo responde-o afirmando que há racismo no Brasil, demonstrando através de pesquisas que o racismo manifesta-se de diferentes meios e acaba por prejudicar sempre as mesmas classes sociais, pois os pardos e negros alem de serem os principais alvos de violência, são os presos em maioria e recebem o menor salário.
O racismo é um conjunto de opiniões pré concebidas onde tem como principal função, valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, ou seja, de acordo com sua matriz racial alguns acreditam ser superiores aos outros. Surgiu no Brasil no período colonial, quando os primeiros negros, foram trazidos pelos portugueses para servirem de escravos nos engenhos de cana-de-açúcar, contudo, nosso país ficou marcado pela questão do racismo e pela exclusão dos negros. A influência do negro na cultura nacional recebeu um lugar de pouca importância em nossa história, isso quando aspectos culturais dos povos africanos não foram sistematicamente marginalizados.
A abolição da escravatura brasileira passou por varias etapas, onde foram criadas leis com o intuito de retardar esse processo de abolição como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários entre outras, as quais pouco favoreciam os escravos. Mas mesmo após decretada a abolição, os escravos continuaram a ser tratados com inferioridade e tendo traços de sua cultura e religião marginalizadas, pois não houve leis ou projetos de assistência que facilitasse a inclusão dos negros à sociedade, fato este que vem trazendo consequencias aos afro-descendentes até os dias atuais.
Em 1988, a Constituição tornou a prática do racismo crime sujeito a pena de prisão, inafiançável e imprescritível. Mas mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, ainda se liam anúncios de empregos em jornais procurando pessoas de "boa aparência" o que, na realidade, significa uma recusa quanto à contratação de negros.
O Brasil possui um elevado numero de afro-descendentes, sendo que é muito raro encontrar representações nos meios de comunicação ou nos cargos considerados de maior prestígio. A falta de respeito às diferenças culturais dos alunos pode ser caracterizada como um ato violento, pois priva o aluno do conhecimento de si próprio através do conhecimento do grupo do qual faz parte.
Portanto o preconceito racial e a baixa escolaridade são os responsáveis pela alta taxa de desempregados negros no país, sendo que o desemprego em geral reduz à medida que as pessoas vão atingindo altos níveis de estudo, como o ensino médio completo e o ensino superior. Fato este que pode levar os negros a desenvolverem uma baixa autoestima em relação á própria etnia, mas este perfil vem sendo alterado principalmente entre os que estão tendo ou tiveram acesso à educação formal e outros que encontraram formas alternativas de construção de suas identidades.
Enquanto a legislação assegura que todos os seres humanos são iguais, independente da classe social, cor ou credo, como previsto no artigo 5º da Constituição Federal e 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a prática contradiz.
Nas escolas, que é um ambiente de inclusão social, o preconceito e a discriminação racial contra negros extrapolam as brincadeiras de mau gosto entre alunos, na maioria das vezes, toleradas ou recebidas com indiferença pela parte ofendida. O negro vem sendo historicamente desvalorizado também nos meios de comunicação e isso contribui para sua baixa auto-estima e estreitamento de seu mercado de trabalho. Tanta desigualdade, apenas demonstra que a democracia racial no Brasil ainda não existe.
Recentemente, o governo brasileiro tomou medidas inéditas a fim de reduzir as desigualdades sociais entre brancos e negros, tendo estabelecido um sistema de cotas para afro-descendentes e estudantes provenientes de escolas públicas nos vestibulares das universidades federais. Medida esta caracterizada como uma das ações afirmativas, o que vem cumprindo um papel primordial, pois a polêmica gerada pela adoção da medida contribuiu para que o tabu fosse deixado de lado e a discussão viesse à tona.
Esse tipo de política afirmativa não deve ser entendido como uma medida contra brancos, mas como medida transitória, enquanto durar o racismo brasileiro, que gera consequências econômicas e sociais. Mas este tipo de medida deve vir acompanhado de políticas sociais. Ultimamente, os sistemas de cotas e a criação de um ministério voltado para essa única questão demonstram o tamanho do nosso problema. Pois aceitamos distinguir o negro do moreno, em uma aquarela de tons onde o último ocupa uma situação melhor que a do primeiro.
Ainda há muito que conquistar, mas é um passo importante para que os negros brasileiros sejam vistos como indivíduos que ajudaram a construir a visão de mundo de todo um povo e não apenas como figuras passivas cuja maior contribuição foi à mão de obra escrava. Portanto é urgente uma atitude positiva quanto à discriminação racial no nosso país, apoiando ações afirmativas e uma serie de medidas de valorização da cultura negra ao mesmo tempo em que se dê a ampliação e melhoria do Ensino Superior, Médio e Fundamental, sem prejuízo de outras políticas sociais.
O nosso atual desafio, ao formar as novas gerações, é usar o processo educativo, como uma via de acesso ao resgate da autonomia e autoestima dos negros, pois a escola é cercada de diferenças étnicas, podendo ser instrumento eficaz para diminuir e previnir o processo de exclusão social e incorporação do preconceito pelas crianças negras.
Preservar a memória é uma das formas de construir a história, por isso desde a década de 1960, no dia 20 de novembro, vem sendo comemorado o "Dia Nacional da Consciência Negra". Algumas entidades organizam palestras e eventos educativos, debates sobre a inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, discriminação, identificação de etnias, moda e beleza negra, entre outros temas. Portanto a diversidade de formas de celebração, nos permite ter uma dimensão de como essa data tem propiciado congregar os mais diferentes grupos sociais, mostrando que devemos refletir sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da nossa cultura.
O racismo é um conjunto de opiniões pré concebidas onde tem como principal função, valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, ou seja, de acordo com sua matriz racial alguns acreditam ser superiores aos outros. Surgiu no Brasil no período colonial, quando os primeiros negros, foram trazidos pelos portugueses para servirem de escravos nos engenhos de cana-de-açúcar, contudo, nosso país ficou marcado pela questão do racismo e pela exclusão dos negros. A influência do negro na cultura nacional recebeu um lugar de pouca importância em nossa história, isso quando aspectos culturais dos povos africanos não foram sistematicamente marginalizados.
A abolição da escravatura brasileira passou por varias etapas, onde foram criadas leis com o intuito de retardar esse processo de abolição como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários entre outras, as quais pouco favoreciam os escravos. Mas mesmo após decretada a abolição, os escravos continuaram a ser tratados com inferioridade e tendo traços de sua cultura e religião marginalizadas, pois não houve leis ou projetos de assistência que facilitasse a inclusão dos negros à sociedade, fato este que vem trazendo consequencias aos afro-descendentes até os dias atuais.
Em 1988, a Constituição tornou a prática do racismo crime sujeito a pena de prisão, inafiançável e imprescritível. Mas mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, ainda se liam anúncios de empregos em jornais procurando pessoas de "boa aparência" o que, na realidade, significa uma recusa quanto à contratação de negros.
O Brasil possui um elevado numero de afro-descendentes, sendo que é muito raro encontrar representações nos meios de comunicação ou nos cargos considerados de maior prestígio. A falta de respeito às diferenças culturais dos alunos pode ser caracterizada como um ato violento, pois priva o aluno do conhecimento de si próprio através do conhecimento do grupo do qual faz parte.
Portanto o preconceito racial e a baixa escolaridade são os responsáveis pela alta taxa de desempregados negros no país, sendo que o desemprego em geral reduz à medida que as pessoas vão atingindo altos níveis de estudo, como o ensino médio completo e o ensino superior. Fato este que pode levar os negros a desenvolverem uma baixa autoestima em relação á própria etnia, mas este perfil vem sendo alterado principalmente entre os que estão tendo ou tiveram acesso à educação formal e outros que encontraram formas alternativas de construção de suas identidades.
Enquanto a legislação assegura que todos os seres humanos são iguais, independente da classe social, cor ou credo, como previsto no artigo 5º da Constituição Federal e 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a prática contradiz.
Nas escolas, que é um ambiente de inclusão social, o preconceito e a discriminação racial contra negros extrapolam as brincadeiras de mau gosto entre alunos, na maioria das vezes, toleradas ou recebidas com indiferença pela parte ofendida. O negro vem sendo historicamente desvalorizado também nos meios de comunicação e isso contribui para sua baixa auto-estima e estreitamento de seu mercado de trabalho. Tanta desigualdade, apenas demonstra que a democracia racial no Brasil ainda não existe.
Recentemente, o governo brasileiro tomou medidas inéditas a fim de reduzir as desigualdades sociais entre brancos e negros, tendo estabelecido um sistema de cotas para afro-descendentes e estudantes provenientes de escolas públicas nos vestibulares das universidades federais. Medida esta caracterizada como uma das ações afirmativas, o que vem cumprindo um papel primordial, pois a polêmica gerada pela adoção da medida contribuiu para que o tabu fosse deixado de lado e a discussão viesse à tona.
Esse tipo de política afirmativa não deve ser entendido como uma medida contra brancos, mas como medida transitória, enquanto durar o racismo brasileiro, que gera consequências econômicas e sociais. Mas este tipo de medida deve vir acompanhado de políticas sociais. Ultimamente, os sistemas de cotas e a criação de um ministério voltado para essa única questão demonstram o tamanho do nosso problema. Pois aceitamos distinguir o negro do moreno, em uma aquarela de tons onde o último ocupa uma situação melhor que a do primeiro.
Ainda há muito que conquistar, mas é um passo importante para que os negros brasileiros sejam vistos como indivíduos que ajudaram a construir a visão de mundo de todo um povo e não apenas como figuras passivas cuja maior contribuição foi à mão de obra escrava. Portanto é urgente uma atitude positiva quanto à discriminação racial no nosso país, apoiando ações afirmativas e uma serie de medidas de valorização da cultura negra ao mesmo tempo em que se dê a ampliação e melhoria do Ensino Superior, Médio e Fundamental, sem prejuízo de outras políticas sociais.
O nosso atual desafio, ao formar as novas gerações, é usar o processo educativo, como uma via de acesso ao resgate da autonomia e autoestima dos negros, pois a escola é cercada de diferenças étnicas, podendo ser instrumento eficaz para diminuir e previnir o processo de exclusão social e incorporação do preconceito pelas crianças negras.
Preservar a memória é uma das formas de construir a história, por isso desde a década de 1960, no dia 20 de novembro, vem sendo comemorado o "Dia Nacional da Consciência Negra". Algumas entidades organizam palestras e eventos educativos, debates sobre a inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, discriminação, identificação de etnias, moda e beleza negra, entre outros temas. Portanto a diversidade de formas de celebração, nos permite ter uma dimensão de como essa data tem propiciado congregar os mais diferentes grupos sociais, mostrando que devemos refletir sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da nossa cultura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário