sexta-feira, 27 de agosto de 2010

RESENHA: Arte, Indústria Cultural e Educação

O artigo trata-se de reflexões quanto à mudança de valores e de práticas socioculturais entre as pessoas, geralmente promovidas pela mídia.
Luci Mara Bertoni, em relação à Arte, Indústria Cultural e Educação, diz que as reflexões sobre as influências da Indústria Cultural na educação têm permeado as discussões entre os pesquisadores que procuram compreender a mudança de valores que se dá quanto ao valor de troca e não quanto ao de uso, e de práticas socioculturais entre os indivíduos, em grande parte promovida pela mídia, trazendo consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno, exercendo um papel especifico, o de portadora da ideologia dominante, a qual cede sentido a todo o sistema.
A necessidade social seria a busca de uma “identidade coletiva”, pela qual o indivíduo precisa consumir os produtos da Indústria Cultural para se sentir parte de um todo, mas um todo ilusório, pois podem causar a violência física, mental e social que repercutem nas atitudes dos que se deixam iludir pelo apelo de felicidade veiculado pelos meios de comunicação de massa, que por sua vez acaba por não permitir ao indivíduo a aquisição do conhecimento de outros aspectos culturais que expressam a cultura do povo, seus valores e suas lutas.
Nesse sentido a música pode trazer a informação e ao mesmo tempo conscientizar o individuo para que ele não se sinta diferente, ou seja, discriminado e marginalizado por não adquirir produtos da Indústria Cultural. Ressaltando ainda que a influencia cultural e social da “música de mercado” indiretamente gera nas crianças um desenvolvimento precoce de aspectos da sexualidade antecedendo seu desenvolvimento afetivo e seu processo cognitivo.
Refletindo sobre a educação formal e a arte, constatou que ocorreram mudanças, obrigatórias, nos currículos com relação à arte, pois houve a substituição das aulas de música e desenho pela “Educação Artística”. O qual houve professores preocupados com o desenvolvimento da criticidade e da criatividade de seus alunos, mas ainda tiveram alguns que discordavam da importância desta, portanto para pensarmos em uma educação voltada para a formação do aluno, é preciso, também, pensarmos na formação de seus professores, pois os professores também são consumidores, e conseqüentemente também são influenciados pela mídia.
Bertoni termina sua reflexão indagando que para conquistarmos nossa emancipação na busca efetiva de nossa própria cultura, compete a nós procurar resistir a toda esta manipulação imposta pela Indústria Cultural, não deixando nos levar pela falsa igualdade com os demais, ou seja, com o modismo.
Ao ler este artigo, pude perceber que, a grande intenção da Indústria Cultural é ofuscar a inteligência das pessoas, principalmente das formadoras de opinião (professores), para que os valores passem a ser regido por ela; o homem é tão manipulado que não passa de um objeto, pois até mesmo sua felicidade é influenciada por essa cultura.
Mas a Arte torna-se uma importante aliada nesta luta, pois liberta o homem das amarras dos sistemas e o coloca com um ser autônomo. Enquanto para a Indústria Cultural o homem é mero objeto de trabalho e consumo, na arte é um ser livre para pensar, sentir e agir. A arte é como se fosse algo perfeito diante da realidade imperfeita, tornando-se fundamental contra as imperfeições humanas, pois estão inseridas na própria história da humanidade, talvez se todos, através da educação, forem conscientizados, poderemos conseguir um mundo mais humano e sadio.
Este artigo é tão importante que faz com que possamos refletir sobre como podemos ser fortemente influenciado pela mídia sem nos darmos conta disso, portanto recomendo para todos os educadores e demais formadores de opiniões, pois faz com que possamos refletir também sobre nosso papel em sociedade.

Nenhum comentário: