domingo, 11 de abril de 2010

MINORIAS LINGUÍSTICAS

Existe um mito de monolingüismo no país, o qual é eficaz para apagar as minorias, isto é, as nações indígenas, as comunidades imigrantes e, por extensão, as maiorias tratadas como minorias, ou seja, as comunidades falantes de variedades desprestigiadas do português. Uma das razões para estranheza pode ser decorrente de o bilingüismo estar relacionado às línguas de prestígio no que se convencionou denominar bilingüismo de elite, o qual esses contextos bilíngües de minorias são invisíveis, portanto naturalizados, tanto por quem deles faz parte como pela sociedade envolvente, uma vez que as línguas faladas são de tradição oral, estigmatizadas.

No Brasil, não se pode ignorar os contextos bilíngües de minorias, uma vez que no mapa do país pode-se localizar, comunidades indígenas em quase todo o território; comunidades imigrantes, que mantém ou não sua língua de origem; comunidades de brasileiros descendentes de imigrantes e de brasileiros não-descendentes de imigrantes em regiões de fronteira. Além dessa classificação geográfica, quando se focalizam os contextos bilíngües não se pode esquecer das comunidades de surdos que, geralmente, são criadas em escolas que estão espalhadas pelo país. Todos esses contextos bilíngües são de alguma forma também "bidialetais", ou seja, contemplam alguma variedade de baixo prestígio do português ou de outra língua lado a lado com a variedade de português convencionada como padrão.

Segundo Cavalcante (1999), hoje em dia, o universo indígena no Brasil é pequeno, mas no que diz respeito aos aspectos sociolingüísticos, sóciohistóricos e socioculturais, muito rico e diverso. Sendo que é composto de aproximadamente 250.000 pessoas, ou seja, menos de 0.2% da população do Brasil, onde a taxa de crescimento populacional é maior do que a população não-indígena, que corresponde a 4% ao ano.

Mas vale ressaltar que, diante dessas circunstâncias, há situações de manutenção, de perda e processos de "revitalização" da língua nativa, onde é interessante observar, que a língua de origem da comunidade, deixa sua marca na variedade de português que se torna a primeira língua, mesmo nos casos em que não é mais falada.

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