segunda-feira, 30 de abril de 2012

As armadilhas contra o rendimento escolar

O estudo é um instrumento fundamental e necessário para a educação intelectual de nossos filhos, mas como anda o rendimento escolar de nossas crianças?
Quem é que nunca estudou muito para uma prova e mas na hora H, não conseguiu desenvolver quase nada. Este bloqueio pode até parecer comum, mas, qual é a causa deste insucesso na hora do aprendizado? Especialistas afirmam que são diversos os fatores que prejudicam rendimento escolar, gerando desatenção ou desprazer pelo estudo. Problemas de visão, audição, familiares, afetivos e emocionais, bullying, e até de violência, podem contribuir com o déficit no aprendizado infantil.
Uma pesquisa foi desenvolvida a partir de dados coletados com 287.719 estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, em questionário aplicado no Sistema de Avaliação da Educação Básica de 2001 (Saeb). Entre os alunos da 4ª série, com melhores condições financeiras, as menores médias em matemática (225,1 pontos numa escala de 0 a 500) foram daqueles que disseram usar “sempre” o computador para tarefas escolares. Atingiram os melhores resultados (246,5 pontos, em média), os estudantes que declararam usar o computador raramente. Até mesmo os que disseram “nunca” usar tiveram desempenho superior ao primeiro grupo: 237,1 pontos, em média. Segundo um dos autores do estudo, Jacques Wainer, do Instituto de Computação da Unicamp, a edição do Saeb utilizada é a única cujo questionário contém um item direcionado ao uso do computador em tarefas escolares de língua portuguesa e matemática.
Os alunos tinham como opções de resposta o uso frequente, raro ou nulo do computador nessas situações. Sobre os motivos que levaram ao resultado da pesquisa, Wainer afirma que não tem dados concretos, apenas observam os alunos. A pesquisa reflete apenas dados estatísticos.
Especialistas em educação explicam que o hábito dos estudantes de copiar conteúdos da internet na íntegra para trabalhos escolares, a fácil utilização de recursos de correção ortográfica e de execução de cálculos nos computadores e, principalmente, a falta de controle dos pais e a má orientação pedagógica dos professores são fatores que fundamentam os resultados da pesquisa.
As crianças precisam ser incentivadas a pesquisar fora do computador, visitar uma biblioteca, ir ao teatro, praticar esportes, ter oportunidades de conhecimento de diversas formas. Os professores tem papel fundamental para evitar a dispersão dos alunos.
O desempenho dos alunos nos testes de proficiência depende muito mais de sua cultura familiar do que das características do local onde estudam. A escola responde por 15% a 30% da variação de notas, mas 0s pais são os protagonistas e principais responsáveis, pela educação e aprendizado de nossos filhos.
O ambiente familiar é um lugar muito importante para o desenvolvimento da criança.
O transtorno de desatenção, que gera baixo rendimento escolar, independente de classe social e na maioria das vezes, vem de fatores genéticos. O risco da criança sofrer de TDA/H (Transtorno de déficit de Atenção/Hiperatividade) em casos que a mãe, durante a gestação, fez uso de cigarro e álcool, em caso da criança nascer prematura e de baixo peso, entre outros fatores são muito prejudiciais.
Para os profissionais o diagnóstico é clínico e o tratamento mais indicado é a junção da terapia e medicamento, mas alertam que, a medicação em longo prazo, pode ter efeitos colaterais.

Conheça alguns sintomas relacionados à desatenção, problema sério, que contribui com o baixo rendimento escolar infantil em grande parte do mundo:
1. Falta de atenção aos detalhes;
2. Dificuldade de concentração;
3. Falta de atenção ao que os outros falam;
4. Dificuldade em seguir regras e instruções;
5. Desvio da atenção com outras atividades;
6. Dificuldade em terminar tudo o que começa;
7. Desorganização;
8. Evitar atividades que exijam um esforço mental contínuo;
9. Distração facil com coisas alheias ao que está fazendo;
10. Esquecer compromissos e tarefas;
11. Problemas financeiros;
12. Tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas;
13. Dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo.

Todos os sintomas não forem tratados, segundo especialistas, acarretam prejuízos aos portadores vítimas desse transtorno. Alguns estudos mostram que, muitas crianças se sentem isoladas e separadas de seus colegas, e muitas vezes não entende por que é tão diferente. Sente-se perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa autoestima, tendo perdas emocionais e intelectuais por toda a vida.

Equipe Filhos & Cia
Por Marcela França

domingo, 29 de abril de 2012

Os professores devem se envolver na vida pessoal dos alunos?

Está cada vez mais difícil ser um bom professor no Brasil. Bom professor no sentido do verdadeiro educador, como aquele que tudo faz para que o seu aluno melhore, e não aquele que o usa para auferir benefícios próprios, como bens, ficar rico, famoso, poderoso etc.
O verdadeiro educador trabalha para que o aluno aprenda e melhore a sua própria vida.
Hoje, se a educação fosse um trem, poderíamos dizer que há algumas realizando heroicas diligências, outras como modernos trens, mas nenhuma delas tão avançada quanto a tecnologia e os conhecimentos existentes, ou como são algumas empresas.César Souza, grande executivo internacional, no seu recentemente lançado livro “A NeoEmpresa”(Integrare Business) faz uma ótima analogia: “um trem bala em uma montanha russa”. Isto, em grande parte, porque o Brasil é um país rico com educação paupérrima.
A realização dessas diligências nos mostra o quão fora de época se encontram algumas das heroicas escolas, pois andam em locais sem trilhos, usando das energias humanas dos professores, sem nenhum recurso a não ser o conhecimento e vontade de ensinar. Não há como estes educadores não perceberem os problemas que os alunos vivem, pois os relacionamentos são pessoais, um olhar nos olhos dos seus alunos, que agradecem qualquer aprendizado. São heroicos pois abrem novos caminhos e criam soluções.
Os trens públicos são verdadeiras marias-fumaça públicas, com vagões e trilhos precários, que precisam de constantes reparos para funcionar. Os trens privados podem ser até mais atualizados e melhores equipados, mas seus princípios pedagógicos ainda estão muito defasados perto do que poderiam ser e mesmo os seus alunos estão ainda muito aquém do que se espera após um ensino fundamental e médio.
Dia 14/4 fui palestrar aos professores de Tapiraí, onde nasci, a 135km de São Paulo, no Vale do Ribeira,um município que tem 8.500 habitantes. São 2.000 alunos para frequentar três escolas: duas municipais e uma estadual. As municipais estão organizadas e os seus 1.000 alunos têm suas aulas regularmente. A estadual também tem 1.000 alunos e atende da 5ªsérie do Ensino Fundamental até o 3º ano, mas há muita falta de professores titulares e os que trabalham são os eventuais e, quando faltam, os alunos contam com os professores nomeados eventuais dos eventuais. Houve um ano, por exemplo, no qual de uma só matéria não houve uma única aula, e os alunos foram todos aprovados.
O trilho existe, mas a maria-fumaça está praticamente parada. Alguns alunos têm ex-pais que largaram as mães que têm que lutar pela sobrevivência. Só um exemplo em entre muitas famílias que são desestruturadas, cujos adultos vivem em conflitos e vícios e seus filhos “já fazem muito em ir para escola”...
Acredito que os professores até têm como identificar, dentro da sala de aula, um aluno doente, deprimido ou emocionalmente abalado. Mas ajudá-los pode se tornar uma sobrecarga às tarefas que já têm, o que prejudicaria a sua vida pessoal e familiar. Além disso, a própria família do aluno acaba responsabilizando a escola pelos problemas que ele apresenta.
A grande maioria dos professores públicos é desassistida. Quando assistidos (como nos trens particulares), os professores já têm orientações para passaremos problemas que os alunos estão tendo à coordenação. Entretanto, algumas destas famílias cobram que as escolas tomem as devidas providências, pois terceirizam-lhe a educação.
O grande problema é que a maioria dos alunos no Brasil é prejudicada no seu aprendizado e negligenciada na sua educação e saúde.

Por Içami Tiba

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Especialista explica por que os alunos não gostam da escola


Crianças podem se lembrar de detalhes do cenário de um jogo de videogame que conheceram no fim de semana, mas não saber do que tratava a aula a que acabaram de assistir no colégio. No livro “Por que os alunos não gostam da escola?” (Editora Campus), o cientista cognitivo americano Daniel T. Willingham dá a resposta: o aprendizado tem de ser uma experiência mais envolvente.
Willingham, que é professor de Psicologia na Universidade de Virgínia, ressalta que o processo de aprendizado precisa de mais significado. Na prática, contexto, historinhas, brincadeiras, emoção. Veja o que ele tem a ensinar.

Como estudante, o senhor gostava da escola?
Em geral, não gostava muito. Não era um estudante motivado. As coisas começaram a mudar no terceiro ano do ensino médio. Foi quando descobri a psicologia e fiquei muito entusiasmado para estudar o assunto.

O senhor escreveu que o cérebro não foi concebido para pensar. Por quê?
Pensar é um processo lento, cansativo e incerto. Pense em resolver um problema – um problema matemático, como escolher um restaurante que agrade a todos em um grupo de oito pessoas. Isso toma tempo, energia, atenção e pode ser que a decisão final não seja satisfatória. Talvez, você nem chegue a uma solução.

Qual é a participação da memória nesse processo?
Diante de um problema, tendemos a pensar se já passamos por algo semelhante antes. Se sim, nós nos perguntamos se o resultado anterior foi satisfatório, para repetir a solução usada naquela situação. Como pensar é um processo desgastante, usamos a memória para não ter que pensar de novo.

O que os professores podem fazer para tornar o aprendizado mais interessante?
No livro, argumento que é importante que os alunos realmente compreendam as perguntas para poder respondê-las. Muitas das perguntas que fazemos na escola são aplicáveis a adultos. “Por que precisamos aprender o Teorema de Pitágoras?” A importância do que é ensinado deve ser muito bem explicada aos alunos. Perguntas não são interessantes para quem não as compreende.
O senhor destaca a importância de atribuir significado ao que se ensina.
O que importa é mais fácil de lembrar. Por exemplo, um agrupamento aleatório de letras como ‘ttlceu’ é mais difícil de lembrar que uma palavra como ‘alface’. Com significado, conseguimos nos lembrar de ideias relacionadas. Isso ajuda o estudante a relacionar o que aprende ao que já sabe. Às vezes, aos próprios sentimentos. Se o aluno gosta (ou não) de alface, vai se lembrar mais facilmente da palavra.

O que mais pode favorecer a memorização?
É um processo de duas fases. A primeira parte é atribuir significado ao que se aprende e relacionar esse novo conhecimento ao que já se sabe ou já se sente. A segunda é a prática. Brinque de testar a memória. Estudos recentes indicam que isso faz muito bem.

Preciso perguntar diretamente: afinal, por que os alunos não gostam da escola?
Apesar do título do livro, reconheço que algumas crianças gostam da escola. A verdade é que as pessoas gostam de pensar, mas desde que o pensamento seja bem-sucedido. Isto é, desde que se consiga resolver o problema em questão. É por isso que tanta gente gosta de palavras-cruzadas. Mas o jogo não pode ser fácil demais nem impossível para você. Na sala de aula, misturamos crianças com diferentes níveis de aprendizado, o que pode deixar algumas delas entediadas ou frustradas.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

1ª Oficina Pedagógica - 2012

Resultado da minha 1ª oficina pedagógica como Agente Educacional. 25/04/2012- Criação de avental para contar história.
Maria vai com as outras...
Dona Baratinha...

Como os pais podem ser uma referência positiva para os filhos?

Não resolve os pais pregarem somente teoria. Se agirem de modo contrário ao que tentam ensinar, não vai adiantar, pois o filho “percebe” essa desonestidade. O que vale é o filho olhar os pais agirem frente às mais diversas situações de modo verdadeiro.
A família é um miniespelho da sociedade na qual os filhos vivem e viverão. Pais não precisam ser anjos, mas precisam ser sinceros e honestos. Os filhos devem sentir segurança quanto ao “seu conhecimento” acerca dos pais. Pais erram, muitas vezes são injustos (mesmo sem querer), criticam, xingam... mas devem confiar suficientemente nos filhos e conversar bastante a respeito de suas próprias atitudes, tipo: “filho, errei ao pensar....” ou “ filho, fui injusto em tal situação...”.
Os filhos não querem pais santos: isso seria muito difícil de suportar! Eles querem pais humanos que, entre erros e acertos, os respeitem, caminhem juntos com eles, confiem neles e participem dos seus sentimentos, de suas alegrias e de suas frustrações. A vivência em família é o retrato que os filhos irão perseguir para o resto da vida. Família que cultiva um relacionamento sadio contribui para uma estrutura mental sadia do filho.
Cada pessoa tem seu próprio tempo para amadurecer emocionalmente. Na maioria dos casos esse tempo tem que ser respeitado pelos pais. O importante é que os pais não deixem de viver suas próprias vidas em função do filho que ainda não saiu de casa.
Parte dos filhos adultos e já independentes ainda vive na casa dos pais por simples conveniência. Não há idade certa para o jovem sair de casa e constituir família própria. O importante é ele amadurecer, saber escolher um caminho, lutar por uma profissão e pela sua independência econômica.
Dar um passo antecipado, mandar o filho seguir o próprio caminho com medo que ele se encoste, muitas vezes é obrigá-lo a tomar um rumo sem opção.
Agora, se os pais percebem que o filho está realmente “encostado” e se recusa a amadurecer; ser independente por comodismo ou preguiça, então aí sim, os pais deverão, em primeiro lugar, ter um diálogo franco com esse filho e mostrar que a preocupação deles se deve às dificuldades que ele enfrentará na vida, se não souber se “virar”. Em nenhum momento esse filho deve sentir que é um peso, pois isso pode se transformar em uma chantagem emocional sombiótica prejudicial à relação de ambos. Se a conversa não surtir efeito, então é importante através de terapia ajudar esse filho a encontrar seu caminho com mais amadurecimento.

Vida adulta
Quando adulto, esse filho irá se espelhar no que presenciou no convívio em família. Ele tenderá a repetir padrões aprendidos nessa convivência.
Se o pai batia na mãe e/ou não respeitava os filhos, será difícil para esse pai, hoje, opinar de maneira positiva sobre uma atitude sadia em relação ao seu filho.
No caso de uma família desestruturada, é bem provável que o filho criado nela, precise de acompanhamento terapêutico para construir uma nova realidade sobre uma família sadia e com possibilidade de ser feliz.
A família é o primeiro referencial de vivência do filho. Por isso, ela tem que ser composta principalmente por laços de verdadeira confiança incondicional entre seus membros, de respeito mútuo, de real honestidade, de muito diálogo, de falta de preconceitos e de pré-julgamentos. Os pais precisam saber ouvir. Quando digo ouvir, quero dizer OUVIR DE VERDADE, ouvir o que vem de “dentro do filho”, encorajando-o a confiar neles.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Filho com necessidades especiais: escola x família

Uma ponte bem construída entre a família e a escola pode ser crucial para o desenvolvimento do seu filho. Se o seu filho tem necessidades especiais ou precisa de mais atenção, essa ponte precisa ser construída com mais cuidado. Aqui vão algumas ideias para construir essa ponte:

1. Fique focado nas necessidades do seu filho: evite suposições. Se tiver alguma dúvida, seja claro com a escola e pergunte diretamente para o professor. Sempre comece uma conversa ou reunião com os pontos em que pais e escola concordam e depois discutam os pontos que não concordam sobre o seu filho.
2. Ouça com atenção: quando o professor estiver argumentando ouça-o com toda a atenção até o fim. Deixe que ele termine o pensamento. Se você discordar, tente ser o mais objetivo possível e esteja baseado nas reais necessidades do seu filho.
3. Controle as suas emoções: quando for falar com a escola tente controlar as suas emoções. Por mais difícil que seja. Se as emoções aflorarem o seu filho poderá ser o maior prejudicado.
4. Canal de comunicação: mantenha sempre o canal de comunicação aberto. Sem esse canal nenhum conflito será resolvido. Mantenha contato através de mensagens de texto, e-mails ou telefone.
5. Acima de tudo lembre-se de que você escolheu a escola. Dê um voto de confiança na sua escolha. Tenha em mente que a escola quer o melhor para o seu filho e irá trabalhar para desenvolver todo o potencial que ele tiver. Só com uma boa parceria é que o seu filho poderá superar as dificuldades.

Betina Serson
Psicopedagoga

domingo, 22 de abril de 2012

Descobrimento do Brasil


Fonte: http://www.youtube.com/user/grupoiped

Os benefícios da dança para as crianças


Dançar, além de ser divertido, é também uma forma de extravasar energia e melhorar o bem-estar. Para as crianças é uma atividade ideal devido aos diversos benefícios. "A dança ajuda as crianças a melhorar a coordenação motora e trabalha a disciplina, já que desde pequenas elas aprendem como se comportar durante as aulas. É necessária muita dedicação e agilidade para aprender as sequências. Além disso, favorece aspectos como criatividade, musicalidade e trabalho em grupo, já que na hora de dançar todas as crianças devem repetir os mesmos movimentos e ajudar umas às outras", afirma Natália Camoleze, jornalista, bailarina e professora de balé e jazz.
"A dança traz benefícios para os pequenos tanto na parte psicológica como na física e cognitiva. Melhora a coordenação motora e a noção espacial, além de queimar calorias. Esta atividade estimula o desenvolvimento intelectual da criança, desenvolve a lateralidade, que é a capacidade de entender os lados do corpo como direito e esquerdo, e ajuda na musicalidade, ritmo, memória e expressão", explica Cristiane Ferreira, psicopedagoga com formação em dança.
A dança facilita não apenas a expressão corporal, como também a forma da criança interagir e se expressar com as pessoas ao seu redor. "Na dança é necessária total interação com as outras crianças para aprender novos exercícios e dançar de maneira adequada", avisa Natália. "A dança traz benefícios principalmente para as crianças tímidas, pois elas vão ter que lidar com plateia e a atividade tira o bloqueio de falar na frente das pessoas, além de ser uma forma de expressar os sentimentos", analisa Cristiane.
"Mas a criança tímida só pode participar de apresentações de dança de forma gradual. Primeiro entre os amiguinhos, depois para os familiares", esclarece a psicopedagoga. "No palco criamos personagens na hora da dança, que podem transformar as pessoas, ajudando a diminuir a timidez e a criança pode se soltar mais nas aulas e nos palcos", conta a bailarina.

Crianças agitadas ou acima do peso
Dançar também é uma ótima atividade para as crianças que estão acima do peso. "Acredito que a dança é uma forma de perder peso de maneira alegre. Na dança os pequenos aprendem algo novo e sempre há um desafio a cada aula que estimula cada vez mais a perder peso de uma maneira prazerosa", comenta Natália. "Nos casos de obesidade infantil é recomendado consultar um médico, que vai avaliar o estado da criança e explicar se há alguma contraindicação", aconselha Cristiane.
Para os pequenos mais agitados a dança pode ser uma forma de extravasar as energias. "A dança é uma atividade que requer muita concentração, agilidade e dedicação e para as crianças agitadas é ótimo", explica Natália. "Mas é importante procurar saber o porquê dessa agitação do seu filho para direcionar à dança mais adequada. A atividade ajuda a equilibrar e descarregar as energias", afirma Cristiane.
Além desses benefícios, a dança também pode melhorar o desempenho escolar das crianças. "Para dançar, elas vão usar diversas habilidades, como a concentração, capacidade intelectual e terão maior percepção de si e dos coleguinhas. Isso tudo vai ajudar os pequenos a ter mais atenção para memorizar e escutar seus professores na sala de aula", defende a psicopedagoga.
"Em uma aula de dança é necessário acima de tudo disciplina, o que ajuda a melhorar o desempenho da criança na escola. Em cada aula ela aprende um exercício novo, o que requer dedicação e concentração. Dessa forma ela exercita os pensamentos. Na hora do estudo tudo isso favorece para compreender o que o professor explica", conta Natália.

Quando começar e outros cuidados
Nas escolas de dança é possível encontrar os mais diversos tipos de modalidade, inclusive é até difícil escolher a melhor aula para seu filho. Por isso, siga as indicações das especialistas. "As crianças devem começar na dança entre três e quatro anos, no que chamamos de baby class. Lá irá aprender os passos de uma forma lúdica e dinâmica para que as aulas se tornem prazerosas", explica a bailarina Natália. "A partir desta idade os pequenos possuem mais entendimento e conseguem realizar os passos. Porém, é interessante a criança começar a dançar em casa mesmo quando ela for mais nova e já conseguir ficar em pé sozinha", recomenda a psicopedagoga Cristiane.
"No ballet clássico a criança pode começar entre três e quatro anos, mas outros estilos de dança só a partir dos dez anos. Os responsáveis devem tomar cuidado com os estilos de dança que o filho irá fazer, pois alguns são voltados para adolescentes. Por isso é necessário sempre procurar especialistas sérios para iniciar o pequeno na dança", aconselha Natália. "Entre as danças recomendadas além do balé clássico estão as livres, as criativas e as folclóricas. Meninos e meninas podem fazer as mesmas danças", avisa Cristiane. "O ballet clássico é interessante para meninos e meninas, pois nele está a base para que no futuro eles aprendam outros tipos de dança", afirma Natália.
Mas escolher a escolinha de dança para matricular seu filho exige cuidados especiais. "Em algumas escolas os professores apenas juntam todos os alunos da escola sem separar por nível ou idade para dar aula. Às vezes os professores nem são preparados e dão qualquer aula que pode machucar a criança. O importante é saber se a escola já é conceituada e se tem um bom trabalho. É bom que os pais assistam a uma aula para saber como funciona e se as turmas são separadas por idade. É complicado dar aula para uma criança de cinco anos e para uma de dez juntas, pois a dinâmica é diferente. Os pais, portanto, devem avaliar a escola e pesquisar trabalhos já apresentados para ter certeza que seus filhos estão em boas mãos", alerta Natália.
"Os pais devem buscar referências da escola de dança com os amigos e conhecidos, além de se informarem sobre o currículo do professor e assistir a uma aula para ver como as crianças são tratadas. É importante observar se o professor não é muito rígido com os pequenos, pois a aula precisa ser prazerosa e não uma tortura. Além disso, verifique se a escola tem autorização da prefeitura para funcionar e se os professores possuem a formação necessária", ressalta Cristiane.

sábado, 21 de abril de 2012

Dez atitudes para conseguir que seu filho obedeça

Falar, mandar e repetir tudo de novo parece chato, mas muitas vezes é fundamental para a educação de uma criança. Não obedecer na primeira vez em que os pais chamam a atenção não significa que o filho está fazendo pirraça –mas é preciso cuidado para que não vire. "O processo de aprendizagem é contínuo e por isso precisa ser revisto sempre. Repetir muitas vezes para que a criança compreenda e execute uma determinada tarefa é comum", explica a psicóloga infantil Jéssica Fogaça.
Isso ocorre porque o processo de memorização se constitui aos poucos. "Iniciamos a fala com balbucios, depois com algumas sílabas para então chegar às palavras e, finalmente, às frases completas. O desenvolvimento humano é um processo repleto de etapas. Partimos das mais simples para as mais complexas",diz a especialista.

Uma coisa de cada vez
Se o filho não obedecer na primeira vez ou depois de tantas outras, o problema pode estar também na forma como a informação foi passada e não em seu conteúdo. Acontece de os pais falarem tanta coisa ao mesmo tempo que as crianças não memorizam tudo na hora. Ser claro e objetivo na solicitação e fazer um pedido apenas por vez são os primeiros passos para o entendimento.
Desde cedo, as crianças aprendem que pai ou mãe não ficarão repetindo a mesma ordem, mas vão exigir obediência. "Geralmente, chegam aos cinco anos cedendo ao primeiro 'não'. A desobediência ocorre ainda porque este processo de repetição significa para o filho um meio de manter a atenção dos pais voltada para ele, que, em última instância, fica no domínio da situação", diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf.
Pode ser que ele esteja fazendo pirraça para chamar a atenção. Se esse for o caso, cuidado: a criança entende que não obedecer vale a pena e que, em algum momento, vai tirar vantagem disso, afinal, os adultos vão se cansar e ela vai fazer o que quer, como um sinal forte de falta de limites.

Nada de barganha
Prometer um castigo e não cumprir é tão nocivo para a educação do filho quanto fazer pequenas trocas na base da chantagem. "É preciso ser coerente na fala e pensar antes de dar a ordem e a consequência de seu não cumprimento. Ceder por insistência das crianças demonstra falta de autoridade e desfavorece as ordens", conta a psicopedagoga Maria Cecília Galelo Nascimento, professora da Unip (Universidade Paulista).
Dar mais liberdade e alternativas para os filhos agirem é bom desde que haja supervisão e que eles saibam que existem consequências boas ou ruins. "As crianças devem entender logo cedo que os pais mandam, têm maior conhecimento das coisas e são responsáveis por tudo o que fizerem. Pais são diferente dos irmãos ou dos amiguinhos", completa Maria Irene Maluf.

Lições para um filho obediente
1. Tenha certeza do que fala. Tanto da ordem que passou quanto de sua clareza e entendimento. Explique objetivamente o que espera que seu filho faça e o que pode acontecer se não obedecer.
2. Crianças contrariadas choram. Elas estão começando a viver dentro da realidade, o que nem sempre está de acordo aos seus desejos. Mas frustração, quando adequada à faixa etária, ensina a superar problemas no presente e no futuro, principalmente se os pais estiverem no comando.
3. Evite falar demais. Crianças não precisam de longos discursos sobre as razões pelas quais podem ou não fazer determinadas coisas. Basta falar: resolvi por que é melhor para você.
4. Saiba escutar seu filho. Ao dar a ordem, use de bom senso quando ele tentar negociar e chegar a um acordo. Assim, a criança se vê cumprindo a ordem e os pais ficam satisfeitos e com autoridade.
5. Cuidado com "sim" e "não". Eles devem ser definitivos, combinados entre os pais e longe dos filhos. Nada pior que um dos pais tirar a autoridade do outro.
6. Seja sensato e firme. Demonstre autoridade com uma fala objetiva e com tom de voz firme, porém amigo. Aja com bom senso ao dar uma ordem. De nada adianta pedir algo que está além da capacidade da criança.
7. Fique em alerta com a desobediência frequente. Isso significa que algo está errado e a frustração dos pais muitas vezes se transforma em palavras e modos rudes. Se perceber que vai perder o controle, saia do ambiente que está com a criança e só volte quando estiver seguro do que falar e fazer.
8. Dê atenção e amor. Pergunte para o filho como foi seu dia, como se sentiu na escola. Se algo estiver errado (fez birra com a professora, por exemplo), avise que ele errou e que pode sofrer um castigo por isso. Elogie bons comportamentos com beijos e abraços. Nada de trocar por presentes e promessas de vantagens.
9. Diga "não" quando for preciso. Sempre de forma educada, controlada e segura. Isso não magoa a criança, não tira a liberdade de expressão, de movimentos ou a criatividade, mas a torna mais confiante e forte.
10. Imponha limites. Os filhos não adivinham o que devem fazer e se sentem inseguros se não tiver alguém tomando conta deles, conduzindo seu comportamento nos momentos de novas experiências. Limites são bons para as crianças e para os pais.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Gravidez na adolescência: educação é o melhor método

Foi-se a época em que uma menina de 12 anos só pensava em brincar de boneca. No Brasil, a idade média da população feminina para a ocorrência de gravidez é de 15,9 anos, de acordo com um estudo do Ministério da Saúde, enquanto que na América Latina são 54 mil nascimentos registrados com mães menores de 15 anos. O que falta é orientação correta para evitar uma gestação não planejada: neste ponto, os pais possuem um papel fundamental para educar os jovens sobre a saúde sexual e métodos contraceptivos. A educação é o melhor método “Levar conhecimento aos jovens por meio de ações educativas, mostrar que existem métodos contraceptivos e indicar que eles têm acesso a diversas alternativas são medidas que podem reduzir o número de gravidez em adolescentes”, aponta César Fernandes, professor da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC e presidente do SOBRAC. “Não é só responsabilidade dos jovens. Os pais, educadores e os próprios médicos podem e devem orientá-los sobre como evitar uma gravidez precoce e quais as consequências acarretadas”, explica o médico. A educação deve começar desde cedo, tratando o assunto da reprodução humana com naturalidade e sem preconceitos. A seguir, por volta dos 9 ou 12 anos, quando os filhos tiverem em pleno desenvolvimento das suas características sexuais, a conversa pode seguir para a conscientização dos riscos de uma gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, no caso de mulheres, uma visita ao ginecologista pode ajudar muito os pais. “É uma boa oportunidade para se falar de iniciação sexual, de sexo seguro e de contracepção”, ressalta César. Consequências para a vida toda Para Afonso Nazário, professor e chefe do Departamento de Ginecologia da UNIFESP, ao prevenir uma gestação, os jovens podem evitar um impacto social e psicológico em uma fase importante da vida deles, onde o estudo e lazer devem ser priorizados. “A gravidez não planejada neste período também pode levar a frustrações e dificuldades na formação profissional e na inserção mais tarde no mercado de trabalho”, ressalta o especialista. Se não for possível evitar, César Fernandes lembra que “o mais importante nestas circunstâncias é oferecer apoio incondicional à adolescente, para minimizar os danos que certamente virão com o transcorrer desta gravidez”. Forçar o casamento pode não ser uma opção. “Casamentos decididos desta maneira costumam fracassar e durar muito pouco tempo”, lembra o professor. Tudo vai depender do vínculo afetivo do jovem casal, a maneira como ambos veem esta questão e a estrutura emocional e financeira da família. Fonte: http://papofeminino.uol.com.br

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Perguntas e respostas sobre bullying

1. O que é bullying? É uma situação que ocorre sobretudo, mas não apenas, nas escolas, caracterizada por atos agressivos, repetitivos e deliberados de alguns alunos contra um ou mais colegas. 2. Quando o senhor começou a se inteirar do tema bullying? No ano 2000. Em 2001 e 2002 visitei instituições especializadas em Londres, em Paris e em Bordeaux. Trouxe muito material e muitas informações. Em 2002 e início de 2003, com o apoio da Petrobras e do IBOPE, conseguimos introduzir o assunto bullying em várias escolas do Rio. Uma extensa pesquisa foi feita e um livro publicado. Desde então temos divulgado o tema em escolas e na mídia. 3. Bullying é uma palavra da língua inglesa. Não é possível traduzir? A palavra bullying é muito forte e concisa. Ainda não temos em português uma palavra capaz de resumir e englobar tão bem como a palavra bullying as diversas formas de agressividade. Quando iniciamos no Brasil o nosso trabalho com o bullying em 2001, achávamos que haveria problemas. Vemos hoje que o termo bullying já está inserido no cotidiano de muitas escolas, da mídia, da sociedade em geral. 4. O bullying ocorre em que segmentos da sociedade? As pesquisas efetuadas, inclusive no Brasil, mostram que o bullying ocorre em qualquer escola, independente de condições sociais e econômicas dos alunos. 5. Que tipo de atos agressivos são praticados? As atitudes mais comuns são de ofensas verbais, humilhações, exclusão, discriminação, mas também podem envolver agressões físicas e sexuais. Apelidos ofensivos é a principal queixa dos alunos-alvo. Duas situações freqüentes nas pesquisas européias ainda são pouco citadas entre nós - a homofobia é uma e a outra é o "cobrar pedágio", extorquindo dinheiro do lanche, por exemplo. 6. Quem participa do bullying nas escolas? Os alunos-alvo (que sofrem o bullying), os alunos-autores (que praticam o bullying) e os alunos testemunhas silenciosas (que assistem aos atos de bullying, sem nada fazer). 7. O bullying é um fenômeno que só ocorre nas escolas? Não. O bullying ocorre também, por exemplo no ambiente de trabalho (workplace bullying, ou assédio moral, como vem sendo chamado no Brasil). Esta situação é frequente e tem gerado pedidos milionários de indenizações em muitos países. Ocorre também através da internet, cada vez com mais freqüência (cyber bullying) ou através do telefone celular (mobile bullying). Já há no mundo inteiro muitos trabalhos e pesquisas a respeito. 8. O bullying é um fenômeno moderno? Não, mas apenas agora vem sendo reconhecido como causador de danos e merecedor de medidas especiais para sua prevenção e enfrentamento. 9. Que tipo de danos pode causar o bullying? A vítima pode apresentar baixa auto-estima, dificuldade de relacionamento social e no desenvolvimento escolar, fobia escolar, tristeza, depressão, podendo chegar ao suicídio e a atos de violência extrema contra a escola. Já os autores podem se considerar realizados e reconhecidos pelos seus colegas pelos atos de violência e poderão levar para a vida adulta o comportamento agressivo e violento. As testemunhas silenciosas também sofrem, pela sua omissão e falta de coleguismo. Muitos sentem-se culpados por toda a vida. 10. Como suspeitar que uma criança está sofrendo bullying na escola? Rejeitar a escola, pedir para mudar de sala de aula, queda no rendimento escolar, passar a apresentar sinais de somatizações (diarréia, vômitos, dores abdominais, asma, insônia e pesadelos), e problemas emocionais (como tristeza, depressão) ou sociais (como isolamento e não participação em atividades de grupo). Os pais devem estar sempre atentos para a possibilidade do seu filho estar sofrendo bullying. Acompanhar a socialização da criança é tão, ou mais, importante quanto tomar conhecimento do seu aproveitamento escolar. Uma boa dica é convidar para irem à sua casa os colegas da escola. 11. O que fazer para combater o bullying? O primeiro passo é o reconhecimento pela sociedade, pelos pais e sobretudo pelas escolas de que o bullying existe, é danoso e não pode ser admitido. À escola cabe a responsabilidade maior de envolver todos seus membros na não aceitação do bullying privilegiando a prevenção. Diante de casos ocorrido, à escola compete reunir todos os participantes e as famílias. Os pais e os alunos têm que obrigatoriamente participar. 12. E então o que os pais devem fazer? Incentivar o filho a falar, ir à escola e buscar uma solução que envolva toda a comunidade escolar. É lógico que isso só será possível se a escola tiver como lema a não aceitação do bullying. É bom lembrar que o bullying ocorre em todas as escolas. Diz-se que a escola que afirma que lá não ocorre o bullying é provavelmente aquela onde há mais situações de bullying, porque nada fazem para prevenir e reprimir. 13. O bullying está sendo enfrentado amplamente no Brasil? Não. Muito timidamente. A discussão do assunto mesmo em outros países é relativamente nova - pouco mais de 15 ou 20 anos. No Brasil ainda estamos começando a enfrentar o problema. 14. Os atos de violência praticados por adolescentes têm alguma relação com o bullying? Não diretamente. Contudo o comportamento agressivo de adolescentes tem sua origem na infância. Modelos agressivos de solução de conflitos ou problemas, são muitas vezes passados aos filhos pelos próprios pais. Valores como direitos iguais, cidadania, respeito ao próximo, frequentemente não são observados dentro da família. Adolescentes que sofreram violência na família, ou presenciaram atos de violência entre os pais, podem ter condutas agressivas na escola e na vida adulta. 15. Ao escolher uma escola para seus filhos os pais devem considerar a questão do bullying? Sim. Uma escola que não conhece o assunto, que não desenvolve programas a partir do princípio "Nesta escola não se aceita o bullying", ou que afirma que o bullying lá nunca ocorreu, certamente não é uma boa escola. Evite-a. Fonte: http://www.observatoriodainfancia.com.br

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Por que pais maltratam filhos?

Ao longo dos séculos, e até há bem poucos anos, as crianças eram consideradas seres de menor importância. Era de aceitação comum na sociedade o abandono, a negligência, o sacrifício e a violência contra crianças, chegando ao filicídio, declarado ou velado, que levava as taxas de mortalidade infantil, na França do século XVIII, a níveis absurdos, inacreditáveis, de sempre mais de 25% das crianças nascidas vivas. Hoje, em muitos países, para cada mil crianças nascidas vivas, morrem menos de dez, antes de um ano de vida. Segundo Elisabeth Badinter, em Um amor conquistado - O mito do amor materno, na França daquela época raramente uma criança era amamentada ao seio da mãe. Morriam como moscas. Cerca de 2/3 delas morriam junto às amas de leite - miseráveis e mercenárias - contratadas pela família e nas casas das quais ficavam, em média, quatro anos, quando sobreviviam. Nos asilos de Paris, mais de 84% das crianças abandonadas morriam antes de completarem um ano de vida. Ainda no século XIX era comum a roda dos expostos nos asilos - no excelente Abrigo Romão Duarte, no Rio, ainda existe uma peça dessas em exposição -, o abandono dos filhos era uma rotina aceita. Mas foi a partir do final desse século que a criança, até então estorvo inútil - porque nada produzia -, passou a ser valorizada, sob a óptica de que deveria sobreviver para ser tornar adulto produtivo. A criança passou a ser protegida por interesses, antes de tudo econômicos e políticos, a partir da Revolução Industrial especialmente em fins do século XVIII. As sociedades protetoras da infância surgiram na Europa entre 1865 e 1870, e eram mais recentes, e menos representativas, do que a Sociedade Protetora dos Animais. A palavra pediatria só surgiu em 1872. De acordo com Elisabeth Badinter, os médicos, então, não tratavam as crianças. Achavam que isso era tarefa das mulheres - ou seja, das mães e amas, porque não existiam médicas. Em resumo, apesar de ainda não respeitada na sua individualidade, a criança começou a ser de alguma forma protegida há pouco mais de cem anos. Mas foi só no início do século XX, com Freud, que a criança passou a ser entendida no seu desenvolvimento psicológico. O castigo físico como método pedagógico, porém, secularmente pregado até por filósofos da grandeza de um Santo Agostinho, continuou até nossos dias. Ainda de acordo com Elisabeth Badinter, Santo Agostinho justifica todas as ameaças, as varas, as palmatórias. "Como retificamos a árvore nova com uma estaca que opõe sua força à força contrária da planta, a correção e a bondade humanas são apenas o resultado de uma oposição de forças, isto é, de uma violência". O pensamento agostiniano reinou por muito tempo na prática pedagógica e, constantemente retomado até o fim do século XVII, manteve, não importa o que se diga, uma atmosfera de rigidez nas famílias e nas novas escolas. Portanto, por que pais maltratam filhos? Eu diria: antes de tudo por hábito - culturalmente aceito há séculos. É comum pais afirmarem que apanharam de seus pais e são felizes. A eles dizemos que as coisas mudaram e que, hoje, devemos buscar outras formas de educar os filhos. Educá-los e estabelecer limites, com segurança, com autoridade, mas sem autoritarismo, com firmeza, mas com carinho e afeto. Nunca com castigo físico. A violência física contra crianças é sempre uma covardia. O maltrato, em qualquer forma, é sempre um abuso do poder do mais forte contra o mais fraco. Afinal, a criança é frágil, em desenvolvimento, e totalmente dependente física e afetivamente dos seus pais. Nesse sentido, acredito que a palmada se insira como uma forma de reconhecimento da insegurança, da fraqueza, da incompetência, dos pais para educar seus filhos, necessitando usar a força física. Não podemos esquecer também do modelo de violência que transmitimos e perpetuamos nas relações em família, quando estabelecemos limites com violência. Os filhos aprendem a solução de conflitos pela força - e tenderão a reproduzir esse modelo não só junto às suas famílias, mas em todas as relações interpessoais, na rua ou no trabalho. Inúmeros fatores ajudam a precipitar a violência de pais contra filhos: o alcoolismo e o uso de outras drogas, a miséria, o desemprego, a baixa auto-estima, problemas psicológicos e psiquiátricos. Nesse entendimento, achamos que pais que maltratam seus filhos devem ser orientados sempre e tratados e punidos, se necessário. Fonte: http://www.observatoriodainfancia.com.br

terça-feira, 17 de abril de 2012

Atitude, Preconceito e Estereótipo

Para compreender o que é o preconceito, convém entender primeiro o conceito de atitude baseado nos estudos da Psicologia Social. ATITUDE é um sistema relativamente estável de organização de experiências e comportamentos relacionados com um objeto ou evento particular. Para cada atitude há um conceito racional e cognitivo – crenças e ideias, valores afetivos associados de sentimentos e emoções que, por sua vez, levam a uma série de tendências comportamentais: predisposições. Portanto, toda atitude é composta por três componentes: um cognitivo, um afetivo e um comportamental: a cognição – o termo atitude é sempre empregado com referência à um objeto. Toma-se uma atitude em relação a que? Este objeto pode ser uma abstração, uma pessoa, um grupo ou uma instituição social. o afeto – é um valor que pode gerar sentimentos positivos, que, por sua vez, gera uma atitude positiva; ou gerar sentimentos negativos que pode gerar atitudes negativas. o comportamento – a predisposição : sentimentos positivos levam à aproximação; e negativos, ao esquivamento ou escape. Dessa forma, entende-se o PRECONCEITO como uma atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa previsível. CARACTERÍSTICAS DO PRECONCEITO: É um fenômeno histórico e difuso; A sua intensidade leva a uma justificativa e legitimização de seus atos; Há grande sentimento de impotência ao se tentar mudar alguém com forte preconceito. Vemos nos outros e raramente em nós mesmos. EU SOU EXCÊNTRICO, VOCÊ É LOUCO! Eu sou brilhante; você é tagarela; ele é bêbado. Eu sou bonito; você tem boas feições; ela não tem boa aparência. Eu sou exigente; você é nervoso; ele é uma velha. Eu reconsiderei; você mudou de opinião; ele voltou atrás na palavra dada. Eu tenho em volta de mim algo de sutil, misterioso, de fragrância do oriente; você exagerou no perfume e ele cheira mal. CAUSAS DO PRECONCEITO: Assim como as atitudes em geral, o preconceito tem três componentes: crenças; sentimentos e tendências comportamentais. Crenças preconceituosas são sempre estereótipos negativos. Segundo Allport (1954) o preconceito é o resultado das frustrações das pessoas, que, em determinadas circunstâncias, podem se transformar em raiva e hostilidade. As pessoas que se sentem exploradas e oprimidas freqentemente não podem manifestar sua raiva contra um alvo identificável ou adequado; assim, deslocam sua hostilidade para aqueles que estão ainda mais “baixo”na escala social. O resultado é o preconceito e a discriminação. Já para Adorno (1950), a fonte do preconceito é uma personalidade autoritária ou intolerante. Pessoas autoritárias tendem a ser rigidamente convencionais. Partidárias do seguimento às normas e do respeito à tradição, elas são hostis com aqueles que desafiam as regras sociais. Respeitam a autoridade e submetem-se a ela, bem como se preocupam com o poder da resistência. Ao olhar para o mundo através de uma lente de categorias rígidas, elas não acreditam na natureza humana, temendo e rejeitando todos os grupos sociais aos quais não pertencem, assim, como suspeitam deles. O preconceito é uma manifestação de sua desconfiança e suspeita. Há também fontes cognitivas de preconceito. Os seres humanos são “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar seu pensamento social o máximo possível. A simplificação exagerada leva a pensamentos equivocados, estereotipados, preconceito e discriminação. Além disso, o preconceito e a discriminação podem ter suas origens nas tentativas que as pessoas fazem para se conformar(conformidade social). Se nos relacionamos com pessoas que expressam preconceitos, é mais provável que as aceitemos do que resistamos a elas. As pressões para a conformidade social ajudam a explicar porque as crianças absorvem de maneira rápida os preconceitos e seus pais e colegas muito antes de formar suas próprias crenças e opiniões com base na experiência. A pressão dos colegas muitas vezes torna “legal” ou aceitável a expressão de determinadas visões tendenciosas – em vez de mostrar tolerância aos membros de outros grupos sociais. REDUÇÃO DO PRECONCEITO: A convivência, através de uma atitude comunitária é, talvez, a forma mais adequada de se reduzir o preconceito. COMO FUNCIONA O ESTEREÓTIPO: É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista mas mantido de maneira muito intensa e que não se baseia necessariamente em muita experiência direta. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada. Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial. RACISMO: É a crença na inferioridade nata dos membros de determinados grupos étnicos e raciais. Os racistas acreditam que a inteligência, a engenhosidade, a moralidade e outros traços valorizados são determinados biologicamente e, portanto, não podem ser mudados. O racismo leva ao pensamento ou/ou:ou você é um de nós ou é um deles. Por Regina Célia de Souza Fonte: http://www.brasilescola.com

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Como lidar com o medo infantil

TEMORES INFANTIS Qual criança nunca sentiu medo do escuro? Afinal, na escuridão podem surgir monstros, bruxas, fantasmas e outros seres assustadores, que fazem parte do imaginário infantil. Apesar de ser um sentimento corriqueiro, nem sempre os pais sabem lidar corretamente com o medo de seus filhos. Principalmente porque boa parte desses temores tem origem na imaginação das crianças. Mas, afinal, como os pais devem se comportar diante de uma criança amedrontada? COMO LIDAR A psicóloga Marilza Mestre, especializada em pânico, ansiedade e medo, afirma que os pais devem encarar o medo infantil como algo natural e saudável. "O medo é uma resposta de nosso sistema de defesa aos estressores naturais, isto é, tudo que ponha em risco o indivíduo ou seu grupo, tanto do ponto de vista orgânico como emocional, social ou espiritual", explica a psicóloga. Mas encarar com naturalidade não significa ignorar. Segundo Marilza é preciso escutar a criança, prestar atenção no contexto e perceber o que está provocando a sensação de ameaça. Mesmo que o risco seja imaginário, o sentimento da criança é real, e suas causas precisam ser investigadas. A psicóloga Walkyria Coelho, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolínguistica, ressalta que é responsabilidade dos pais ajudar os filhos a enfrentar seus temores. Ela acredita que o amor e o apoio dos adultos são fundamentais para a criança superar ansiedade, insegurança e medos. Como nem sempre as crianças conseguem expressar seus sentimentos, Walkyria sugere: "Brinque com a criança, entre na fantasia dela. Com experiências lúdicas, os adultos entendem melhor os anseios dos pequenos e estes aprendem a enfrentar várias situações em que o sentimento de medo aparece." O QUE NÃO FAZER Os pais não devem repreender, ridicularizar nem obrigar o filho a enfrentar a situação que lhe dá medo sem que ele esteja preparado. De acordo com a psicóloga Walkyria Coelho, essas atitudes podem causar desequilíbrios psicológicos e emocionais na criança. "É preciso saber ouvir e respeitar o sentimento da criança para depois buscar a melhor forma de conversar com ela sobre aquilo que a amedronta. Expor a criança a situações nas quais ela se sinta insegura só vai causar sofrimento, ansiedade e insegurança", afirma Walkyria. Por outro lado, superproteger a criança quando ela está com medo também não é o caminho adequado. Para a psicóloga Marilza Mestre, o correto é ensinar os filhos a se defenderem do que os amedronta. PERIGOS REAIS X BICHO-PAPÃO O medo pode proteger a criança de situações realmente perigosas. É importante estabelecer limites e orientar os filhos sobre coisas que podem representar riscos a sua segurança, como escadas, janelas, tomadas, piscinas e o trânsito. O que os pais não devem fazer é criar temores de origem fantasiosa nos filhos para convencê-los a obedecer, como por exemplo, dizer que o homem do saco ou o bicho-papão vão pegá-los. Essas ameaças não educam e podem criar uma ansiedade desnecessária nas crianças. "O bicho-papão é a função limitadora que alguns pais - por falta de conhecimento - usam para substituir o respeito que sua fala proibitiva, por si só, deveria colocar como limite", diz a psicóloga Marilza Mestre. OS PRINCIPAIS MEDOS POR IDADE Segundo a psicóloga Marilza Mestre, há certa regularidade no aparecimento dos temores infantis, de acordo com a fase do desenvolvimento. Veja as principais manifestações: •O bebê se assusta com estímulos intensos e abruptos; •Entre os cinco e os nove meses, aparece o medo de pessoas, coisas e situações desconhecidas; •Entre os dois e os três anos, prevalece o medo de animais; •O medo do escuro geralmente não se manifesta antes dos três anos. Quando a criança está mais crescida, a escuridão se relaciona à maioria dos temores, e às vezes, é a própria causa do medo; •No período pré-escolar, aumenta o medo de animais que mordem e, mais tarde, dos animais que parecem muito poderosos. Muitos temores infantis dessa idade estão relacionados a possíveis danos que a criança possa sofrer, por exemplo, afogamento, fogo ou acidentes que provoquem dor física; •Quando a criança se torna capaz de assimilar o passado e imaginar o futuro, seus medos passam a ser formulados em forma de perigos remotos ou imaginários; •Por volta dos oito anos, surge a fobia da morte. Nessa fase, o temor principal é o da morte da mãe, pois isso se apresenta como uma separação ou um abandono. NORMAL OU EXAGERADO Como saber se o medo que os filhos sentem é normal ou exagerado? A psicóloga Marilza Mestre orienta os pais a observarem o comportamento da criança, analisando se suas atividades estão normais, se ela é capaz de rir, por exemplo. Caso haja alterações na rotina por causa do medo ou pesadelos recorrentes, o melhor é buscar a ajuda psicológica. Fonte: http://bbel.uol.com.br

domingo, 15 de abril de 2012

Cobrança exagerada de desempenho escolar prejudica aprendizado das crianças

COBRANÇAS Antes conhecida como uma fase divertida e descompromissada, a infância tem se tornado uma etapa repleta de obrigações e atividades. A agenda de diversas crianças é mais cheia do que a de muitos adultos. Aula de segunda a sexta-feira, cursos de línguas, lições de casa, esportes e outros compromissos tomam a maior parte do tempo dos pequenos. Desde muito novas, os pais e as escolas cobram as crianças para que tenham um desempenho escolar impecável e já se preparem para o futuro. Mas os adultos não percebem que tanta pressão pode prejudicar os pequenos e causar sérios problemas de aprendizado e desenvolvimento. Segundo Aloysio Costa, coordenador pedagógico do Ensino Médio do Colégio Augusto Laranja, a cobrança é importante, mas na medida certa. "Toda pressão pode ser prejudicial. Por isso, equilíbrio é a palavra da vez", avisa o educador. "Hoje, os concursos e vestibulares permitem que uma mesma vaga seja concorrida por estudantes de todo o país. Acredito que este fato, para muitos pais e escolas, gere certo temor de que seus pupilos falhem. Portanto, os adultos passam a cobrar excessivamente para que os pequenos sejam os melhores alunos. A criança, apesar de ter grande resiliência, tem um limite para a pressão psicológica e assim pode gerar o efeito contrário. Em vez de estudar e se esforçar cada vez mais, acaba desinteressada e triste com tanta pressão", alerta Frederico Cesarino, professor e mestre em Sociologia da Educação. Tantas cobranças causam mais problemas. "Essa pressão, além de provocar em muitas crianças manifestações físicas (como vômitos, dor de estômago e dor de cabeça) e psíquicas (ansiedade, medos, agressividade e baixa autoestima), revela um grave problema da sociedade atual: valorizar resultados e não o processo, o ter em lugar do ser. Na verdade, algumas escolas e pais acabam por exigir das crianças a nota alta ao invés de estarem preocupados com o processo de aquisição de um conhecimento que realmente crie condições de uma maior compreensão do meio, de sua realidade, de sua cultura", explica Mara Chiari, psicóloga, doutoranda em Educação e diretora do Clubinho Carambola. OUTROS PROBLEMAS A criança muito pressionada para ter um ótimo rendimento escolar pode apresentar ainda outros problemas. "Entre eles, ansiedade, nervosismo e estresse. Muitas vezes, a cobrança exagerada pode levar os alunos a recorrer ao apoio psicológico", afirma Aloysio. "A pressão pelos bons resultados gera, em termos de comportamento social, maior competição entre as crianças, em detrimento da cooperação e solidariedade", alerta Mara. "Mas o problema maior é o 'efeito velocímetro', ou seja, a criança até que atinge seu potencial máximo, mas depois se desestimula e toma aversão aos estudos ou a outras atividades. Ela entra em depressão e sua velocidade volta ao zero. Outros problemas que podem ocorrer são a formação de um caráter introspectivo ou agressivo e desafiado. Quando eu era estudante do Ensino Médio, um garoto de 15 anos da minha escola, excelente aluno, mas muito pressionado em casa, cometeu suicídio", lembra Frederico. Além disso, o excesso de cobrança pode acabar prejudicando o rendimento da criança na escola. "A cobrança pode transformar o processo de aprendizagem em algo totalmente desprazeroso e gerador de angústia. Hoje em dia é comum ouvir de crianças, que deveriam ver o ambiente escolar como um lugar sensível às suas necessidades socioafetivas e cognitivas, que ficam felizes por não poderem ir à aula por algum motivo. O que se espera é que o colégio seja capaz de motivar a curiosidade natural da criança, propiciar situações de aprendizado que envolvam o aluno em novas descobertas, permitir um maior autoconhecimento e favorecer a sociabilidade, a partir de critérios de respeito ao outro, de solidariedade e cooperação", avisa Mara. "A cobrança exagerada pode prejudicar até as disciplinas em que o aluno tenha sucesso. Diante da pressão ele pretende mostrar que é capaz, mas muitas vezes nem sabe o que priorizar", adverte Aloysio. "É importante lembrar que toda criança possui um limite, e passando este limite ela pode ficar desinteressada pelas atividades e simplesmente parar de fazer tudo", comenta Frederico. SAIBA COBRAR Para garantir o bom desempenho escolar dos pequenos, os pais e as escolas precisam cobrar, mas sem pressionar. "Valorize os estudos da criança, diga que ela vai conseguir e que tem capacidade. Se houver algum insucesso, identifique o problema para encontrarem uma solução juntos. O aluno precisa perceber que tem o apoio da família e o fato de estarem juntos muda até a postura do estudante", afirma Aloysio. "Isso só é possível quando os responsáveis pela criança sabem o que desejam para a educação dela. Se o que se espera é uma formação que dê base para lidar com a realidade e com a diversidade de situações do dia a dia, deve-se dar ao aluno o exemplo de envolvimento com o processo de aprendizado. Desenvolva a curiosidade sobre tudo o que o rodeia, leia com ele, ouça música, passeie junto, brinque, pense junto e estude junto. Mas é um estudar como mais uma oportunidade de construir um conhecimento juntos. Aí o importante não deverá ser a nota, que muitas vezes não reflete o aprendizado, mas o que realmente ficou compreendido e assimilado", recomenda Mara. Além disso, os pais precisam entender os insucessos escolares da criança. "Muitos pais se frustram quando veem que seu filho tirou uma nota baixa ou está com dificuldade em algum conteúdo. Por isso, é importante fazer com que o filho não tenha receio de se comunicar com eles a respeito de algum fracasso escolar. Muitas crianças temem a reação do pai ou da mãe e acabam por esconder seus fracassos. Sem ter uma pessoa de confiança para compartilhar e pedir ajuda, entram em depressão ou paranoia e isto acaba por prejudicar mais ainda. A criança que obter fracasso em uma situação escolar e puder contar com a confiança e auxílio dos pais, certamente superará todos seus problemas de uma forma bastante objetiva", explica Frederico. Outro fator importante é não sobrecarregar a criança com muitas atividades. "O excesso de atividades não é bom. O ideal é equilibrar a carga horária escolar (aulas, tempo para realizar as tarefas, lições de casa, pesquisas, trabalhos) com outras atividades e tempo livre", defende Aloysio. "Claro que esportes, línguas e artes são atividades que trazem contribuições necessárias para a formação de uma criança. Entretanto, elas devem ser introduzidas no momento em que puderem realmente representar um ganho prazeroso e não uma exigência. E os pais não devem ocupar horários que deveriam ser reservados para o tempo livre da criança", adverte Mara. "Se seu filho está matriculado numa boa escola, faz judô, piano, inglês, espanhol e natação, e está conseguindo ser feliz, ter bom desempenho em tudo e não tem problemas de saúde, então não há problema. Mas certamente isto é difícil de conseguir. A agenda da criança deve ser feita de acordo com suas capacidades. É fundamental que ela tenha seus momentos de lazer, de descanso, e principalmente momentos com os pais e irmãos", avisa Frederico. ESCOLA E LASER A escola também deve cobrar um bom desempenho dos alunos sem ser opressiva e nem exigir mais do que deveria de uma criança. "O colégio não deve se preocupar apenas com o ensino e o aprendizado. O professor deve ter o papel social de verificar se algum de seus alunos não está bem, se está com algum problema dentro ou fora da escola e precisa saber pelo menos o básico sobre cada criança que está sob sua responsabilidade. A escola deve ter um diálogo aberto com os pais e explicar que o mundo é feito de vitórias e fracassos eventuais", afirma Frederico. "O colégio comprometido com a formação de suas crianças não cobra o bom desempenho, porque constrói o conhecimento em suas atividades diárias. O desempenho escolar passa a ser o resultado natural de um trabalho de motivação e envolvimento das crianças na construção do conhecimento", defende Mara. "A escola deve mostrar aos alunos que é possível equilibrar nossa vida sem que os estudos, o lazer e o social interfiram no desempenho acadêmico", explica Aloysio. Por isso, os momentos de lazer são importantes para a criança descansar e se divertir. "O lazer é necessário para aliviar as tensões e recarregar as energias. Com certeza isso ajudará no entendimento e na assimilação do conteúdo escolar", assegura Aloysio. "O lazer é o momento no qual a criança 'desliga o cérebro' das demais atividades. É fundamental para que o conteúdo que viu nas suas atividades possa ser fixado, e os pequenos aprendem muitas coisas nos momentos de lazer. Eles estimulam sua criatividade de forma espontânea e sem pressão, aumentam a coordenação motora, facilitam a socialização e muito mais", explica Frederico. "Mas é importante que a criança tenha seu tempo disciplinado. A hora de estudar, que deve ter um período delimitado levando-se em conta o tempo já reservado ao período escolar, não deve se prolongar horas a fio, trazendo tensão para crianças e pais. Cada criança tem um ritmo de trabalho, mas ainda que ela seja mais lenta, não se deve entrar no horário reservado ao tempo livre, à refeição ou ao repouso. Família e escola devem manter um diálogo para que, juntas, possam oferecer as melhores condições de aprendizado sólido e ao mesmo tempo prazeroso", aconselha Mara. Fonte: http://bbel.uol.com.br

sábado, 14 de abril de 2012

Criança inteligente tende a faltar menos por doença quando adulto

Criança 'inteligente' tende a faltar menos por doença quando adulto, diz estudo. A habilidade cognitiva na infância tende a impactar as licenças profissionais por motivos de saúde na vida adulta, sugere um estudo britânico divulgado neste mês na publicação BMJ Open. O estudo, feito por profissionais do King's College London, analisou as habilidades cognitivas - capacidade de percepção, raciocínio e memória, por exemplo - de 23 mil pessoas, em amostras de 1946, 1958 e 1970. O estudo foi feito com base em levantamentos de órgãos estatais britânicos com crianças dessas gerações anteriores, que foram novamente entrevistadas mais recentemente na vida adulta, durante sua idade produtiva. No grupo de 1946, por exemplo, 47% dos britânicos pesquisados que tiraram licenças médicas de longo prazo (mais de 6 meses) tinham apresentado desempenho cognitivo inferior quando crianças. Em contrapartida, esse número caía para 13% entre o grupo com histórico de melhores habilidades cognitivas. Essa associação entre baixa cognição infantil e problemas ocupacionais na vida adulta parece ocorrer, segundo os pesquisadores, "simplesmente porque esses indivíduos estão mais propensos a ficarem doentes". Em contrapartida, as pessoas com mais habilidades cognitivas tendem a ser mais flexíveis na busca e manutenção de empregos. Além disso, dizem os autores, "é importante reconhecer que licenças médicas de longo prazo são resultado de um processo, e não de um evento singular". 'Empregos inseguros' Nos três grupos, diz a pesquisa, "a baixa habilidade cognitiva estava mais fortemente associada com licenças médicas de longo prazo. (...) O baixo desempenho educacional pode levar (o indivíduo a buscar) empregos mais inseguros ou manuais, que podem ser mais difíceis de serem mantidos no caso de uma incapacidade". Mas a própria pesquisa ressalta que "o desempenho educacional não explica totalmente essa associação". E adverte que o resultado do estudo pode ser afetado pelas diferentes formas como a habilidade cognitiva infantil pode ter sido medida à época dos levantamentos originais. Ao mesmo tempo, o estudo parte do princípio de que os fatores de riscos individuais - e não apenas ocupacionais - são pouco estudados quando se trata de licenças médicas tiradas pelos profissionais. E aponta que essas licenças, além de terem um elevado custo econômico para a sociedade, colocam indivíduos em posição de "pobreza e desvantagem social". Sendo assim, os pesquisadores sugerem políticas que não foquem apenas em saúde ocupacional dos profissionais, mas também em treinamentos. "Para as futuras gerações, equipar as crianças com as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho mais flexível pode preveni-las contra o risco de licenças médicas longas." Fonte: http://noticias.uol.com.br

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O que é Agressividade Infantil?

É comum os pais perceberem comportamentos agressivos em seus filhos. Morder, xingar, chutar, empurrar e gritar são alguns atos que preocupam os adultos. "Qualquer manifestação que remeta a violência, comportamentos rudes ou desvios de conduta pode ser considerada agressiva. Afinal, tais atitudes geram dor, constrangimento e mal-estar", afirma o psicólogo Odair J. Comin. "Os pequenos têm dificuldades para se expressar e lidar com emoções. Quando se sentem contrariados ou frustrados podem acabar batendo como forma de expressão", esclarece a psicopedagoga Cristiane Ferreira. "Em geral, as crianças de um até três anos podem ser mais agressivas porque o aparelho para pensar ainda está em formação e é primitivo. Além disso, elas não conhecem outros meios de conseguirem o que desejam ou rechaçarem o que as incomoda, só agredindo fisicamente ou berrando para demonstrarem", explica a psicoterapeuta Léa Michaan. "A incidência maior de agressividade acontece na medida em que seu filho interage com outras crianças na fase escolar e se estende caso a agressividade não seja trabalhada", alerta Odair. A agressividade infantil pode ter vários motivos, tais como chamar a atenção das pessoas, fazer birra e nervosismo por alguma frustração. Para saber o real motivo, é importante observar sempre o comportamento dos pequenos. "Basta olhar para a criança, se colocar no lugar dela e ser solidário. Outra forma de compreendê-la é conversando. Talvez ela ainda não saiba colocar em palavras, então os pais podem ajudá-la falando as suas hipóteses até a criança encontrar alívio ao ver que você a compreendeu e traduziu em palavras aquilo que emocionalmente a perturbava", recomenda Léa. "Mas a agressividade é algo comum no ser humano e será preocupante quando estiver em excesso, prejudicando seu filho e quem estiver em volta dele. Se um dia a criança mordeu outra na escola, isso não deve ser motivo de preocupação, a menos que seja constante e dure por muito tempo. Há casos em que é preciso a ajuda de um psicólogo", adverte Cristiane. "É preciso estabelecer uma comunicação com seu filho. Busque compreender seus motivos e direcione tal frustração com comportamentos saudáveis. Incentive a criança a falar aos pais ou a um adulto o que está acontecendo e expressar seu desejo sem necessidade de agressão ou comportamentos exagerados", ressalta Odair. Continuação no próximo post. Fonte: http://bbel.uol.com.br/filhos

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pais criativos criam crianças criativas

A mente é uma entidade construída lentamente na evolução. Ela emerge da atividade do cérebro, cujas estruturas e funções são formadas diretamente pela experiência das relações interpessoais. Dessa forma, é na relação com as pessoas que cuidam dela que a criança desenvolve sua mente, da maneira mais individual possível. Na nossa cultura ocidental, desde crianças somos estimulados a desenvolver mais nossas funções racionais que nossas funções sensoriais. Incentiva-se mais o processamento dos estímulos cognitivos e menos o processamento dos estímulos emocionais. A ética coletiva do certo e errado predomina sobre a ética individual do “que faz bem para mim e do que não faz bem para mim”. Desde bem cedo, o pensamento lógico e racional é treinado, assim como sua manifestação mediante à capacidade precisa da linguagem. Quando uma criança, por exemplo, acerta a soma, subtração, multiplicação ou divisão, ela recebe aplausos de pais e professores. O fato é que há certa naturalidade em prestigiamos mais as habilidades racionais da criança do que as habilidades que estão em outros campos, pois durante a vida, acredita-se, serão essas as habilidades mais necessárias. Surge uma pergunta: É um erro os pais prestigiarem tanto o desenvolvimento racional de seus filhos quando crianças? Não. Porém, é preciso tomar cuidado com a unilateralidade da estimulação. O lado racional sozinho não se sustenta, se não tiver por fundamento as funções sensoriais e se não tiver sido integrado às vivências emocionais. A construção do conhecimento de si mesmo e do mundo é algo muito complexo. O bebê nasce pronto para aprender com os outros seres humanos. Sua primeira forma de aprender é o brincar. A atividade exploratória e funcional dos primeiros meses de vida evolui rapidamente para a atividade da imaginação, a qual abrange e impregna toda a vida da criança. Essa é a origem da manifestação do potencial criativo do ser humano. Potencial criativo que pode e deve ser atualizado ao longo de toda a vida. Viver mais no mundo das imagens que no mundo das ideias, ficar imersa no faz-de-conta, dá à criança um lastro de vivências de coragem, ousadia, otimismo e idealismo. Crescendo, por meio do brincar fantasioso, a criança treina competências, lida com o passado, enfrenta o presente e se prepara para o futuro. Até cinco anos, fantasia e realidade não têm fronteiras muito nítidas. Desejos se confundem com fatos. O treinamento das funções lógicas, racionais surgem como um fator importante para ajudar a necessária separação entre a fantasia e a realidade. Entretanto, ele não pode abolir a fantasia, a função da imaginação, pois isso seria abolir a base da criatividade. Crianças precisam de limites, regras, normas e disciplina e precisam saber o que é certo e errado, pois só assim se tornarão seres civilizados e diferenciados. Mas, não pode ser retirado delas o desejo inalienável de brincar e imaginar e a possibilidade de crescer como seres criativos. A criança bem jovem é o super-homem. Mais tarde, ela brinca de ser o super-homem. São situações bem diferentes, mas as duas deixam rasgos de memória indeléveis na mente. Para o ser humano crescer e se estruturar, ele precisa separar realidade de fantasia, mas a função da imaginação permanece como a ponte possível e desejável entre essas duas dimensões, permitindo sempre o acesso à fonte da criatividade. Existem pais que treinam e reforçam o aprendizado racional de seus filhos, mas que também estimulam as habilidade da imaginação deles. São pais que apreciam brincar e fantasiar com seus filhos. Provavelmente são adultos que mantiveram viva dentro de si, o que Carl Gustav Jung chama de “eterna criança”. A “eterna criança” é um símbolo que une opostos, é o que torna o homem íntegro, saudável, é o símbolo do novo, do desenvolvimento criativo. Representa a mais forte e a mais inelutável necessidade em cada ser, a necessidade para realizar-se a si mesmo. Manter o contato com a criança dentro de si, é uma prerrogativa divina, pois facilita o próprio crescimento e o acompanhar do crescimento dos filhos. Pais criativos criam crianças criativas. Vale, finalmente, lembrar que ser criativo não é o resultado de uma série de habilidades que foram sendo incutidas durante a vida. Ao contrário, ser criativo é o resultado de não ser suprimido de uma série de potencialidades que se nasceu com elas. Fonte: http://www.uol.com.br/vyaestelar

domingo, 8 de abril de 2012

Feliz Páscoa

Páscoa... É ser capaz de mudar, É partilhar a vida na esperança, É lutar para vencer toda sorte de sofrimento. É ajudar mais gente a ser gente, É viver em constante libertação, É crer na vida que vence a morte. É dizer sim ao amor e à vida, É investir na fraternidade, É lutar por um mundo melhor, É vivenciar a solidariedade. É renascimento, é recomeço, É uma nova chance para melhorarmos as coisas que não gostamos em nós, Para sermos mais felizes por conhecermos a nós mesmos mais um pouquinho. É vermos que hoje... somos melhores do que fomos ontem. (Autor Desconhecido) A todos meus leitores amigos, desejo uma Páscoa Mágica. Que o chocolate venha acompanhado de muitas alegrias, amor, saúde, fé e sucesso. Feliz Páscoa!!!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Como controlar a agressividade

Os pais precisam ter cuidado ao controlar a agressividade dos filhos. "O castigo é agressivo. Se o pai castiga a criança, acaba aumentando o ódio dentro dela, ela será mais agressiva e isto se tornará um circulo vicioso. Portanto, procure conversar, explicar, perguntar e encontrar junto com seu filho pensamentos e ideias para dissolver o ódio. Em geral, os pequenos refletem a conduta de seus pais em casa. Será que os pais de crianças agressivas também não são inconscientemente agressivos? É importante pensar nisso", comenta Léa. "Para ensinarem o filho, os pais devem deixar claro que não gostam daquele comportamento agressivo. Quando, por exemplo, a criança bate em alguém, deve-se olhar em seus olhos e dizer com firmeza que não gostou, sem grandes discursos. Jamais revide, pois dessa forma estão deixando claro que bater é permitido. Os casos de birra, quando o filho se joga no chão em locais públicos e grita, indicam que ele tem uma necessidade de chamar atenção. Os pais não devem reforçar essa atitude fazendo parte da cena. Por exemplo, não devem ficar muito tempo tentando convencer a criança a parar, pedindo por favor, dizendo que estão tristes e também não devem brigar, dar broncas. O melhor a fazer é ordenar, sem gritar, mas com voz firme, que a criança pare. Também podem mostrar que existem coisas mais divertidas para fazer do que ficar chorando. Por exemplo, dizer 'você vai ficar aí chorando? Eu vou tomar sorvete!'", explica Cristiane. Se os casos de birra são constantes, é interessante os pais procurarem ajuda de um profissional. "Mas é importante entender que a birra é normal quando acontece de forma esporádica, principalmente quando os pais levam os filhos para programas entediantes. Ficar horas no shopping fazendo compras pode ser divertido para a mãe, mas certamente para a criança não é", ressalta Cristiane. "Também é importante premiar o pequeno pelo bom comportamento. Pode ser até um simples elogio", aconselha Odair. Os pais devem ter diálogo aberto com a criança agressiva, mas não ser permissivo demais. "Em grande parte dos casos, a agressividade infantil é uma forma de implorar por limites. Os pais precisam identificar isso e dizer qual é o limite e quando é hora de parar. Ao mesmo tempo, eles devem ensinar às crianças que elas podem comunicar seus anseios por palavras, de forma inteligente, sem serem agressivas. Quando os pais permitem um determinado comportamento, seja ele qual for, é como se apoiassem a atitude do filho. E a criança é muito boa em identificar tais sinais e continuar", alerta Odair. "Um pai permissivo não coloca limites, e muitas vezes é isso que a criança está pedindo. Ela precisa sentir-se cuidada e dar tudo o que ela quer ou deixar que faça o que quiser é sinal que ninguém cuida dela. Por isso, o pequeno precisa ser cuidado por um adulto para dizer o que pode, o que não pode e o porquê, até a criança crescer e aprender a cuidar de si mesma", avisa Léa. "Para ajudar a controlar a agressividade dos filhos, os pais precisam investigar como estão seus filhos globalmente: se estão bem de saúde, se dormem o suficiente, como se relacionam com os outros coleguinhas, se não têm atividades em excesso, se têm bastante tempo para brincar. Por isso, praticar esportes e atividades artísticas (como pintar, dançar e fazer teatro) são excelentes para descarregar a agressividade, pois a criança terá oportunidade de se expressar livremente", afirma Cristiane. Fonte: http://bbel.uol.com.br/filhos

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O que causa a agressividade e o papel da escola

Muitas vezes, a agressividade infantil se manifesta por uma dificuldade da criança em se expressar. "Ela não consegue compreender os próprios pensamentos e sentimentos e é difícil expressá-los de forma clara. A agressividade acaba por ser uma válvula de escape, quando a mente não dá conta de resolver o conflito de forma racional", explica Odair. "A agressividade acontece muito entre um ano e meio e três anos, faixa em que a criança ainda está adquirindo linguagem, mas não consegue expressar claramente suas emoções. Os pequenos dessa faixa etária, embora já falem uns com os outros, ainda não dialogam e não trocam ideias entre si, pois têm dificuldade de entender pensamentos que não são seus", afirma Cristiane. Além disso, há outros fatores que podem causar a agressividade infantil. "Crianças que também apresentam dificuldades para dividir seus objetos pessoais podem se sentir ameaçadas quando alguém lhes tira algo e assim ter uma atitude agressiva. Dividir um brinquedo que lhe pertence pode ser algo muito sofrido e não apenas puro egoísmo, como os adultos costumam pensar. Então, na disputa para conseguir de volta seu brinquedo, a criança pode chorar ou até morder quem o pegou", complementa Cristiane. "Por outro lado, a agressividade infantil pode ter influência do contexto familiar ou escolar, que podem ser agressivos, tais como pais violentos ou se a criança for vítima de bullying na escola ou na rua. O ambiente também serve de base para tais comportamentos", avisa Odair. "Por isso, as escolas precisam ter profissionais que compreendam o universo infantil. Em situação de agressividade, o educador deve ouvir a criança com toda a atenção e auxiliá-la a pensar no ódio e na raiva, nesta energia negativa que circula dentro dela e que busca escape na agressividade. Se o sofrimento for intenso e a conversa com o profissional não bastar, a criança deve ser encaminhada para um psicólogo infantil que a ajude a administrar e organizar seus sentimentos e que também oriente os pais", indica Léa. A escola tem um papel fundamental na hora de lidar com a criança de comportamento agressivo. "É no colégio que os pequenos passam boa parte do tempo e é comum eles serem mais agressivos na escola do que em casa, pois em casa geralmente eles têm vários adultos à sua disposição e na escola são várias crianças para dividir a atenção de um adulto. Então, a criança vai tentar garantir seu espaço e terá atitudes para conseguir a atenção da professora. Na escola seu filho entra em contato com regras de convivência, precisa esperar sua vez para realizar atividades e tem contato com outras crianças. Mas, se a agressividade persistir, a escola pode chamar os pais para, juntos, buscarem uma solução", recomenda Cristiane. "Mas os pais não devem delegar a completa responsabilidade à escola, nem a escola achar que só os pais podem tomar atitudes com crianças de comportamento agressivo. Ao mesmo tempo, a comunicação entre ambos é importante, tanto para afinar seus discursos, como para saber se tal comportamento se repete tanto em casa como na escola ou são diversos. Pais e colégio precisam trabalhar em conjunto para a melhor formação e educação da criança", aconselha Odair. Continuação no próximo post. Fonte: http://bbel.uol.com.br/filhos