sexta-feira, 20 de abril de 2012

Gravidez na adolescência: educação é o melhor método

Foi-se a época em que uma menina de 12 anos só pensava em brincar de boneca. No Brasil, a idade média da população feminina para a ocorrência de gravidez é de 15,9 anos, de acordo com um estudo do Ministério da Saúde, enquanto que na América Latina são 54 mil nascimentos registrados com mães menores de 15 anos. O que falta é orientação correta para evitar uma gestação não planejada: neste ponto, os pais possuem um papel fundamental para educar os jovens sobre a saúde sexual e métodos contraceptivos. A educação é o melhor método “Levar conhecimento aos jovens por meio de ações educativas, mostrar que existem métodos contraceptivos e indicar que eles têm acesso a diversas alternativas são medidas que podem reduzir o número de gravidez em adolescentes”, aponta César Fernandes, professor da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC e presidente do SOBRAC. “Não é só responsabilidade dos jovens. Os pais, educadores e os próprios médicos podem e devem orientá-los sobre como evitar uma gravidez precoce e quais as consequências acarretadas”, explica o médico. A educação deve começar desde cedo, tratando o assunto da reprodução humana com naturalidade e sem preconceitos. A seguir, por volta dos 9 ou 12 anos, quando os filhos tiverem em pleno desenvolvimento das suas características sexuais, a conversa pode seguir para a conscientização dos riscos de uma gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, no caso de mulheres, uma visita ao ginecologista pode ajudar muito os pais. “É uma boa oportunidade para se falar de iniciação sexual, de sexo seguro e de contracepção”, ressalta César. Consequências para a vida toda Para Afonso Nazário, professor e chefe do Departamento de Ginecologia da UNIFESP, ao prevenir uma gestação, os jovens podem evitar um impacto social e psicológico em uma fase importante da vida deles, onde o estudo e lazer devem ser priorizados. “A gravidez não planejada neste período também pode levar a frustrações e dificuldades na formação profissional e na inserção mais tarde no mercado de trabalho”, ressalta o especialista. Se não for possível evitar, César Fernandes lembra que “o mais importante nestas circunstâncias é oferecer apoio incondicional à adolescente, para minimizar os danos que certamente virão com o transcorrer desta gravidez”. Forçar o casamento pode não ser uma opção. “Casamentos decididos desta maneira costumam fracassar e durar muito pouco tempo”, lembra o professor. Tudo vai depender do vínculo afetivo do jovem casal, a maneira como ambos veem esta questão e a estrutura emocional e financeira da família. Fonte: http://papofeminino.uol.com.br

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