segunda-feira, 16 de abril de 2012

Como lidar com o medo infantil

TEMORES INFANTIS Qual criança nunca sentiu medo do escuro? Afinal, na escuridão podem surgir monstros, bruxas, fantasmas e outros seres assustadores, que fazem parte do imaginário infantil. Apesar de ser um sentimento corriqueiro, nem sempre os pais sabem lidar corretamente com o medo de seus filhos. Principalmente porque boa parte desses temores tem origem na imaginação das crianças. Mas, afinal, como os pais devem se comportar diante de uma criança amedrontada? COMO LIDAR A psicóloga Marilza Mestre, especializada em pânico, ansiedade e medo, afirma que os pais devem encarar o medo infantil como algo natural e saudável. "O medo é uma resposta de nosso sistema de defesa aos estressores naturais, isto é, tudo que ponha em risco o indivíduo ou seu grupo, tanto do ponto de vista orgânico como emocional, social ou espiritual", explica a psicóloga. Mas encarar com naturalidade não significa ignorar. Segundo Marilza é preciso escutar a criança, prestar atenção no contexto e perceber o que está provocando a sensação de ameaça. Mesmo que o risco seja imaginário, o sentimento da criança é real, e suas causas precisam ser investigadas. A psicóloga Walkyria Coelho, instrutora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolínguistica, ressalta que é responsabilidade dos pais ajudar os filhos a enfrentar seus temores. Ela acredita que o amor e o apoio dos adultos são fundamentais para a criança superar ansiedade, insegurança e medos. Como nem sempre as crianças conseguem expressar seus sentimentos, Walkyria sugere: "Brinque com a criança, entre na fantasia dela. Com experiências lúdicas, os adultos entendem melhor os anseios dos pequenos e estes aprendem a enfrentar várias situações em que o sentimento de medo aparece." O QUE NÃO FAZER Os pais não devem repreender, ridicularizar nem obrigar o filho a enfrentar a situação que lhe dá medo sem que ele esteja preparado. De acordo com a psicóloga Walkyria Coelho, essas atitudes podem causar desequilíbrios psicológicos e emocionais na criança. "É preciso saber ouvir e respeitar o sentimento da criança para depois buscar a melhor forma de conversar com ela sobre aquilo que a amedronta. Expor a criança a situações nas quais ela se sinta insegura só vai causar sofrimento, ansiedade e insegurança", afirma Walkyria. Por outro lado, superproteger a criança quando ela está com medo também não é o caminho adequado. Para a psicóloga Marilza Mestre, o correto é ensinar os filhos a se defenderem do que os amedronta. PERIGOS REAIS X BICHO-PAPÃO O medo pode proteger a criança de situações realmente perigosas. É importante estabelecer limites e orientar os filhos sobre coisas que podem representar riscos a sua segurança, como escadas, janelas, tomadas, piscinas e o trânsito. O que os pais não devem fazer é criar temores de origem fantasiosa nos filhos para convencê-los a obedecer, como por exemplo, dizer que o homem do saco ou o bicho-papão vão pegá-los. Essas ameaças não educam e podem criar uma ansiedade desnecessária nas crianças. "O bicho-papão é a função limitadora que alguns pais - por falta de conhecimento - usam para substituir o respeito que sua fala proibitiva, por si só, deveria colocar como limite", diz a psicóloga Marilza Mestre. OS PRINCIPAIS MEDOS POR IDADE Segundo a psicóloga Marilza Mestre, há certa regularidade no aparecimento dos temores infantis, de acordo com a fase do desenvolvimento. Veja as principais manifestações: •O bebê se assusta com estímulos intensos e abruptos; •Entre os cinco e os nove meses, aparece o medo de pessoas, coisas e situações desconhecidas; •Entre os dois e os três anos, prevalece o medo de animais; •O medo do escuro geralmente não se manifesta antes dos três anos. Quando a criança está mais crescida, a escuridão se relaciona à maioria dos temores, e às vezes, é a própria causa do medo; •No período pré-escolar, aumenta o medo de animais que mordem e, mais tarde, dos animais que parecem muito poderosos. Muitos temores infantis dessa idade estão relacionados a possíveis danos que a criança possa sofrer, por exemplo, afogamento, fogo ou acidentes que provoquem dor física; •Quando a criança se torna capaz de assimilar o passado e imaginar o futuro, seus medos passam a ser formulados em forma de perigos remotos ou imaginários; •Por volta dos oito anos, surge a fobia da morte. Nessa fase, o temor principal é o da morte da mãe, pois isso se apresenta como uma separação ou um abandono. NORMAL OU EXAGERADO Como saber se o medo que os filhos sentem é normal ou exagerado? A psicóloga Marilza Mestre orienta os pais a observarem o comportamento da criança, analisando se suas atividades estão normais, se ela é capaz de rir, por exemplo. Caso haja alterações na rotina por causa do medo ou pesadelos recorrentes, o melhor é buscar a ajuda psicológica. Fonte: http://bbel.uol.com.br

Um comentário:

Inicial disse...

Estou enfrentando uma situação difícil com o meu filho de três anos e meio. Ele esta com um medo exagerado de multidão, relacionando isso com fogos. Além, disso, medo de andar de carro e palhaços. Acredito que está extrapolando a normalidade e passando para fobia. Estou tentando conseguir ajuda profissional, mas como morro no interior, esta difícil encontrar psicólogos que trabalhem com crianças tão novas.
claudiorgborges@terra.com.br