terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cientistas usam hormônio para desenvolver superformiga

Um pequeno grupo de formigas pode ser a chave para entender os mecanismos que regulam a organização de colônias de insetos e o desenvolvimento de suas diversas castas, como rainhas, operárias ou babás. Aliás, "pequeno" não é um bom adjetivo para usar em relação aos bichos. Os supersoldados, formigas com mais que o dobro do tamanho de seus parentes, não existem naturalmente na espécie Pheidole morrisi, mas pesquisadores canadenses conseguiram induzir seu desenvolvimento em laboratório. Para tanto, eles aplicaram hormônios durante a fase larval dos insetos, o que ativou genes que normalmente permanecem inativos. Na natureza, essa estimulação das larvas, feita pelas formigas adultas, também acontece, mas resulta apenas na diferenciação entre rainhas e operárias. No artigo publicado na revista "Science" nesta semana, o coordenador do estudo, Ehab Abouheif, explica que os supersoldados são uma forma ancestral da espécie, que no passado era crucial para a defesa do ninho contra invasões de predadores. No entanto, a mudança de hábitos do inseto ao longo do tempo tornou essa casta obsoleta, fazendo com que ela deixasse de se desenvolver naturalmente. "O que estamos mostrando é que o potencial evolutivo continua presente nesses indivíduos e que ele pode ser estimulado por fatores ambientais", afirma ele. O segredo dos pesquisadores foi adicionar mais uma etapa de estimulação pelos hormônios, provocando a nova diferenciação. Embora o objetivo do experimento tenha sido entender a diferenciação das formigas, os autores defendem que o modelo pode servir para estudos semelhantes em outras espécies, não só insetos. Fonte: http://www.folha.uol.com.br

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