quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Índice de gravidez na adolescência chega ao menor nível em 13 anos em SP

Balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em parceria com a Fundação Seade aponta que o índice de gravidez na adolescência no Estado caiu 26,5% em 13 anos e atingiu, em 2011, seu menor nível em 13 anos.
Enquanto em 1998 os filhos das gestantes menores de 20 anos representaram 20% do total de nascidos vivos do Estado, em 2011 esse índice ficou em 14,7% do número de partos.
Em números absolutos houve 89.815 adolescentes paulistas menores de 20 anos gestantes em 2011 (último dado consolidado), contra 148.018 em 1998. Desde 1999 a porcentagem de partos de menores de 20 anos vem caindo em relação ao total de nascidos vivos em todo o Estado.
Em 1999, bebês de adolescentes representaram 19,8% do total de nascidos vivos no Estado. Em 2000, o índice ficou em 19,4%; em 2001, as adolescentes grávidas eram 19,1% do total e, em 2002, 18,4%.
Em 2003, a porcentagem de nascidos vivos de jovens mães foi de 17,5%. Já em 2004, o índice ficou em 17% do total de partos e, em 2005, as adolescentes grávidas representaram uma porcentagem de 16,9% do total do Estado.
O índice continuou caindo e, em 2006, as adolescentes representaram 16,6% dos partos de todo o Estado. Em 2007, a porcentagem de partos de jovens entre 10 e 19 anos ficou em 16,3%. Em 2008, as adolescentes representaram 15,7% do total do Estado e em 2009, 15,4%. Em 2010, o índice de adolescentes grávidas foi de 14,8% do total de nascidos vivos.
Para Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria, a queda é consistente. "É um resultado importante, que foi possível graças a ações integradas do Estado, em parceria com os municípios", afirma.
A médica também ressalta que a capacitação de profissionais de saúde e a distribuição gratuita de preservativos e contraceptivos em unidades de todo o Estado foi fundamental para a redução dos casos de gravidez na adolescência.
Para a faixa etária de 15 a 19 anos, a redução do índice de gravidez na adolescência foi ainda maior. As mães jovens entre 15 e 19 anos representaram, em 2011, 14,1% do total de partos em todo o Estado. Em 1998, a porcentagem de partos nesta faixa etária era de 20,7%. Em números absolutos houve 86.456 adolescentes grávidas entre 15 e 19 anos em 2011 contra 143.490 em 1998.

Casa do Adolescente
Desde 1996 a Secretaria adotou um modelo de atendimento integral à adolescente, que contempla o aspecto físico, psicológico e social, e que começou a mostrar resultados dois anos depois. Por isso a Secretaria usa 1998 como base de comparação.
Além de informação e orientação, o trabalho busca identificar as emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre afetividade, relacionamentos e sexo seguro. Rotineiramente a Secretaria investe em capacitação, organizando palestras e cursos a profissionais médicos que cuidam de adolescentes por todo o Estado.
A Casa do Adolescente de Pinheiros, na capital, serviu como espécie de laboratório da nova política de saúde para jovens, oferecendo atendimento multidisciplinar com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores. Há oficinas, bate-papos e terapias em grupo para que os jovens exponham seus sentimentos, recebendo orientação especializada. Também são realizados cursos de inglês e espanhol, aulas de dança, cursos de culinária e artesanato, dentre outras atividades.
O sucesso do trabalho levou o Estado ampliar o projeto da Casa do Adolescente e hoje são 27 unidades em todo o Estado. Uma delas, inclusive, instalada em Heliópolis.
Para auxiliar na prevenção à gravidez indesejada, a Secretaria decidiu ampliar o acesso das mulheres, incluindo adolescentes, a métodos anticoncepcionais. Desde julho de 2007 estão disponíveis contraceptivos comuns e pílulas do dia seguinte em 18 unidades da Farmácia Dose Certa, na capital, situadas em estações de metrô, trem e centros de saúde.
Para o interior, litoral e Grande São Paulo a Secretaria também passou a enviar anticoncepcionais, pílulas do dia seguinte e DIUs, para distribuição em Unidades Básicas de Saúde, em complemento ao repasse do governo federal.

Disque-Adolescente
A Secretaria mantém o Disque-Adolescente, serviço onde adolescentes podem tirar dúvidas sobre sexo seguro, anticoncepcionais e relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. Uma equipe formada por médicos, psicólogos e assistentes sociais atende jovens que ligam em busca de algum tipo de orientação, por meio do telefone (11) 3819-2022. O horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira, das 11h às 14h.
"É necessário estarmos atentos não apenas à prevenção, mas também nos aspectos emocionais e psicoafetivos deste grupo de adolescentes, que passa por uma fase repleta de novos conhecimentos e dúvidas. Por esse motivo, garantimos cada vez mais o atendimento multiprofissional, para contribuir não apenas na redução destes índices, mas também na prevenção e tratamento de doenças", conclui Albertina.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/

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