segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Crianças acima do peso têm mais problemas sociais


É o que mostra pesquisa realizada com crianças entre 4 e 5 anos, idade em que elas já se importam com o que podem dizer sobre ela. Veja por que o papel dos pais e da escola é fundamental.
O peso das crianças pode afetar as suas relações sociais. Esse foi a conclusão de um estudo realizado pela Universidade de Adelaide (Austrália), publicado na revista científica Pediatrics e é algo que, provavelmente, muitos pais de gordinhos já suspeitavam. Após analisar 3.363 crianças, entre 4 e 5 anos, durante quatro anos, os especialistas observaram que aquelas com problemas de peso nessa faixa etária tinham 20% mais risco de ter dificuldades sociais, de acordo com o relato de seus pais. Já entre 8 e 9 anos, segundo entrevista com professores, elas seriam mais propensas a desenvolver problemas emocionais.
Isso não quer dizer, no entanto, que aquelas no peso ideal não vão ter problemas emocionais no futuro. O que acontece é que as crianças gordinhas acabam sendo mais suscetíveis a isso, tanto por conta das brincadeiras que surgem em torno do seu físico quanto pela pressão que têm da sociedade em que vivemos, que impõe o magro como padrão de beleza ideal. Estudos anteriores já haviam mostrado que crianças obesas sofrem mais de bullying.

O que você pode fazer
Mas, então, como ajudar essa criança? "O que faz toda a diferença no emocional é a maneira como a família e a escola lidam com ela", diz Raquel Caruso, psicopedagoga, fonoaudióloga e psicomotricista do EDAC (Equipe Diagnóstica de Atendimento Clínico), de São Paulo. Ou seja, se em casa os pais falam que o filho está gordo, obeso, que precisa emagrecer a todo custo, isso gera uma ansiedade tamanha que, além de ele querer comer ainda mais, pode ficar retraído e agressivo em seus relacionamentos.
Raquel explica que, por volta dos 4 e 5 anos, a criança sai do mundo egocêntrico e passa a olhar o outro, se importar com que dizem sobre ela. É fundamental , então, que os pais se mostrem parceiros do filho, ajudando tanto na sua saúde física quanto emocional. Vale uma conversa sobre o que é possível fazerem juntos para melhorar o que não está tão bom, desde procurar ajuda de um especialista até sugerir uma caminhada junto com ele, se for o caso. Isso só vai contribuir para a autoestima da criança.
À escola cabe sempre manter o olhar dos professores atentos ao primeiro sinal de chacota que uma criança possa sofrer – seja porque é gordinha, porque usa óculos - ou quando percebe que ela está mais retraída e distante do grupo. “E esse é um trabalho que tem de ser realizado com a sala toda”, diz a especialista. O importante é que o assunto seja tratado de forma tranquila e que sempre exista uma parceira dos pais com a escola – e vice-versa.



Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,10441,00.html

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