O desenvolvimento de alunos vem se constituindo numa importante meta educacional, os quais podem dizer que um estudante é auto-regulado quando é capaz de ser ativo e responsável pelo seu próprio processo de aprendizagem, envolvendo a capacidade de o aluno refletir sobre os seus processos cognitivos. Teóricos contemporâneos têm apontado à importância de promover nos estudantes a consciência dos processos pelos quais se aprende, onde as estratégias de aprendizagem podem estar mais voltadas para ajudar o aprendiz a organizar, elaborar e integrar a informação ou ser mais orientadas para o planejamento, monitoramento, regulação do próprio pensamento e manutenção de um estado interno satisfatório que facilite a aprendizagem.
Bons leitores, segundo pesquisadores, compreendem melhor, se lembram mais do que lêem, exibem um repertório mais vasto de estratégias de leitura do que os alunos que apresentam dificuldades nessa área, conseguem identificar mais facilmente as informações essenciais e separá-las dos exemplos e das informações de apoio, tentam manter-se ativamente engajados na leitura gerando questões sobre o conteúdo lido e almejam respondê-las enquanto lêem. Enquanto os maus leitores raramente fazem resumos do texto, apresentam certa passividade e dificuldade em gerar perguntas sobre o material, enquanto lêem. Por não conseguirem monitorar adequadamente a compreensão da leitura acabam por depender de terceiros para identificação de suas dificuldades.
É possível ensinar a todos os alunos a expandir notas de aulas, a sublinhar pontos importantes de um texto, monitorar a compreensão na hora da leitura, usar técnicas de memorização, fazer resumos, planejar, estabelecer metas, entre outras. Mas, conhecer as estratégias não é suficiente, pois os alunos precisam adquirir um metaconhecimento, compreendendo como e quando usá-las.
Uma escola apresentando esses tipos de problemas foi selecionada de uma lista contendo o nome de todas as escolas públicas da região, após foi realizado um contato com a Prefeitura de Campinas com o propósito de se obter informações sobre as escolas públicas que mais enfrentam problemas sérios como repetência e evasão escolar; a escola escolhida atendia a uma população de baixa renda, houve grande interesse por parte da escola, em participar, então a diretora foi informada do caráter confidencial da pesquisa e assegurada de que a coleta de dados transcorreria de acordo com os horários de maior conveniência da escola, de modo a interferir minimamente com a rotina da mesma.
Através do material utilizado no estudo, foi possível constatar que as traduções e adaptações realizadas possibilitaram a mensuração das variáveis estudadas de forma válida e confiável, o qual tiveram como objetivo investigar o uso de estratégias de aprendizagem, por parte dos alunos em situações de aprendizagem em sala de aula, nos estudos em casa, na realização de tarefas escolares em casa, e também na preparação para provas,
As pessoas sorteadas foram informadas que participariam de uma pesquisa voltada para compreender melhor o que eles pensam a respeito de questões relacionadas à própria aprendizagem, que suas respostas não iriam influenciar suas notas, já que os dados coletados só seriam utilizados para a pesquisa, portanto os alunos eram livres para participar ou não, mas foram constatados poucos desinteressados.
Os alunos foram entrevistados individualmente e suas estratégias de compreensão de leitura foram avaliadas por questões abertas e fechadas, sistemas de categorização das respostas foram desenvolvidos, levando-se em conta os existentes na literatura da área, uma amostra das respostas de cada uma das questões abertas foi categorizada também por um juiz independente.
Primeiramente, a freqüência e a porcentagem de respostas em cada categoria foram calculadas e após, procedimentos da estatística inferencial foram utilizados para analisar as relações entre as respostas fornecidas pelos estudantes às questões abertas e fechadas e a idade, a série escolar, o gênero e a repetência escolar do grupo pesquisado.
O presente estudo teve como objetivo conhecer as estratégias de compreensão do conteúdo durante a leitura de alunos do ensino fundamental, examinar se eles têm consciência das suas próprias dificuldades durante a leitura, bem como avaliar as estratégias mencionadas em relação a características dos participantes tais como gênero, idade, série escolar e repetência.
A maioria dos participantes relatou conseguir identificar e perceber momentos em que à compreensão do conteúdo lido não era alcançada, também mencionou estratégias de aprendizagem relevantes para a compreensão da leitura.
Diferentemente dos resultados, alunos repetentes do presente estudo revelaram um conjunto de estratégias de compreensão de conteúdo durante a leitura mais simples, quando comparado aos não repetentes. Por um lado, a leitura competente é essencial para um bom rendimento escolar, pois se pode debater a hipótese de que muitas das dificuldades escolares desses alunos podem estar associadas a deficiências na compreensão dos conteúdos lidos e não há dúvidas de que esses mesmos estudantes poderiam se beneficiar de um ensino sistemático de estratégias de aprendizagem, sobretudo de estratégias relativas ao processo da leitura.
Autores defendem que, é essencial que professores sejam mais bem preparados a ensinar a ler e que práticas instrucionais efetivas na área da leitura sejam identificadas e mais amplamente utilizadas, pois se faz necessário que professores e educadores atentem para a relevância de se desenvolver um trabalho preventivo no sentido da formação do leitor independente, crítico e reflexivo. Mas vale ressaltar que a necessidade de uma atuação conjunta entre a escola e a família, uma vez que a competência em leitura é influenciada por fatores motivacionais, cognitivos e contextuais como os familiares e escolares.
* Sintese feita por mim, Juliandra B. Alencar, durante o curso de graduação em Pedagogia - UNISEB.
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